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A torto e a Direito <$BlogRSDURL$>

terça-feira, dezembro 28, 2004

Até lá 

O recém-nascido, certamente prematuro, permanece na incubadora onde o pessoal da maternidade e toda a família lá vai molhar a sopa. O boletim diário produzido pelo departamento de relações públicas da maternidade bem tenta acalmar o povo, revelando que o neófito está a reagir bem ao tratamento e não tardará, talvez já em Janeiro, a dar alguns ares de sua graça. Recordo que, nestas idades, os ares de sua graça são comer, arrotar, dormir, sujar fraldas, incomodar os pais quando estes menos o esperam e desejam e derreter o orçamento familiar.
Assim sendo, enquanto o "piqueno" não arriba das estaladas diárias e o pai não se cura das constantes facadas que leva nas costas, retiro-me da blogosfera até ao início de 2005.
Até lá, meus caros, prossigamos todos esta tarefa ciclópica que consiste em engordar diariamente mais uns gramas - centenas -, empanturrando-nos de tudo aquilo que nos faz mal. À tripa forra, pois claro.
De preferência em Portugal, pois claro. Para que o consumo privado possa dar um impulso à economia, travar o défice e, esperar, que o diácono das Finanças não tenha que inventar mais uns milhões para tapar os buracos gerados pelo tratamento deste energúmeno que jaz na incubadora.
Até lá...
PS: os amigos saberão onde encontrar-me. Prometo só andar pela EN 13, Autovia das Rias Baixas e, eventualmente, uma ou outra viagem até Melgaço.
PS2: Esta é para um amigo que recebeu uma missiva do leitor assíduo das Escrituras. Totta com ele!...

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domingo, dezembro 26, 2004

É Natal e ninguém leva a mal... 

É mesmo Natal.
O rapazola que habita S. Bento - não sei mesmo por que razão mas suspeito que o comportamento do inquilino e amigos será motivo de crónicas durante os próximos anos - terá falado ontem à noite. Como não tenho acesso directo à central de informações dirigida por Velez, Delgado e outros que, entretanto, retornaram ao local de origem - desconheço em absoluto o que o dito personagem terá revelado.
Religioso, católico praticante como é - já alguém terá reparado bem no seu facies entristecido que, ano após ano, ostenta a 4 de Dezembro? - poderá, o gestor deste desgoverno permanente, ter produzido mais um discurso comicieiro bem ao estilo de Morais Sarmento, Gomes da Silva e outros facínoras que tais. Dou-lhe antecipadamente os parabéns e só espero vê-lo pelas costas. Por falar nisso, o moço anda um bocado marreco. Quiçá vergado sob o peso das responsabilidades que ainda julga pairarem sob a sua cabeça.
Espero que o diácono das Finanças, depois de ter conseguida a proeza de produzir e fazer publicar um vergonhoso opúsculo publicitário versando um inalcançável rol de mentiras por 100 mil euros - preço do Burkina Faso, sugerido pelo mentacapto do delgado da PT - também venha à televisão tentar vender-me uma daquelas camas insufláveis da TV Shop.
O outro diácono, também em gestão, está a vender as OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico) aos amigos brasileiros e americanos...
Já agora, por causa do deficit, poderia vender algumas inutilidades que se situam no concelho do Porto. A saber: QG da Praça da República; Circunvalação e Serpa Pinto. Já viu, dr. Portas, quanto valem os terreninhos? Condomínios a sério... E já agora: para que servem? E a Serra do Pilar? E aquele enome mostrengo na Póvoa?
É mesmo Natal e, espero, ninguém leva a mal.
Perdoai-lhes Senhor, que eles não sabem o que fazem.
Pois se Santana Lopes ainda se julga primeiro-ministro...
...Mas com uma agenda privada preenchidíssima...
...A tal ponto que o diácono das Finanças teve de se desenrascar sozinho quento veio publicamente tentar explicar as razões que levaram esta invenção de Sampaio a gastar, diariamente, mais do dobro que José Barroso e Ferreira Leite. E a assaltar mais uma vez o Fundo de Pensões da CGD depois de, vinte dias antes, ter garantido que o não faria...
(Ainda bem que Bruxelas chumbou a solução do leaseback dos prediosinhos. Cheirava à légua a negócio partidário....)
Claro que a culpa é do Guterres, já se sabe. Se não for, o Cavaco também serve. Pois não foi ele que deu um tachinho ao Santana? Que ele, aliás, bem aproveitou: descobriu os concertos para violino de Chopin...
Reina a esquizofrenia em Portugal!
É Natal e ninguém leva a mal...
PS: Para cúmulo, todas estas manobras e espertezas saloias são patrióticas...

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quinta-feira, dezembro 23, 2004

Temor 

Acabo de ouvir na TSF o nosso diácono das Finanças a anunciar mais um malabarismo orçamental. Sozinho, já que o primeiro-ministro deverá estar a curar a ressaca da noite de ontem - terá sido no Stones? - e a preparar-se para o jantar partidário de logo à noite. Em cuja organização participaram activamente alguns departamentos da autarquia lisboeta.
Temo que o próximo ano seja ainda pior. Porque, mesmo havendo novo governo lá para os idos de Março, serão necessários largos meses para uma boa meia-dúzia de génios conseguirem apurar com o rigor possível o estado nas contas do Estado.
Não é, mesmo, possível tamanho desplante...
N.A.: Anuncia-se, hoje e aqui, o final da rubrica "Elogio à estupidez!... A personagem visada, dado pertencer à categoria da banda desenhada, não merece que perca mais um minuto do meu tempo.

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quinta-feira, dezembro 16, 2004

Os azares de Santana 

.1 - Santana tem mesmo azar. Já não lhe bastava ostentar o símbolo da total incompetência para as funções que, depois de devidamente empurrado, abandonou, vem agora um esconso ajudante do ministro da Administração Interna, de seu nome Paulo Pereira Coelho, proferir mais uma série de dislates sem qualificativo adequado fora do calão ou da psiquiatria.
Claro que o senhor Pereira Coelho, em nota do seu gabinete, veio logo dizer que a rádio de Portalegre tinha truncado o seu discurso e, pior que tudo, as afirmações publicitadas tinham sido montadas e colocadas fora do contexto.
.2 - A "entrevista" de Morais Sarmento ao Diário Económico está explicada. Foi um desvio de discurso, prontamente corrigido com recurso ao dicionário. Quando esta competência fala em caudilho, deve estar a referir-se a Santana Lopes. Quanto à encomenda/frete, saiba-se que o actual director do DE - a fazer fé no Clube de Jornalistas, Abrupto e Causa-Nossa - era, há quatro meses, assessor de Durão Barroso. Clamam agora as virgens da profissão que isto é inadmissível. Mas aquando do caso Fernando Lima/DN ninguém falou...
.3 - A venda de património do Estado, imóveis, alguns históricos, mereceu de Santana algumas referências estranhas. Que a decisão já vinha do Governo de Durão, que o Governo (actual ?) nada tinha a dizer agora e que Bagão falaria disso quando tivesse tempo. Sábado passado descobri que Santana considera, como eu, que Durão fugiu. O PM utilizou o plural: fugiram. Um terá sido Guterres. E o outro?
.4 - Mais não digo, já que descobri alguém cujo ódio a Santana e seus pares mais fiéis é muito superior ao meu. Por razões radicalmente opostas. Falo de Pacheco Pereira...
...Recentemente premiado no Casino da Póvoa de Varzim.

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terça-feira, dezembro 14, 2004

Elogio à estupidez ou um simples ajuste de contas com o passado (IV) 

Nota prévia: ainda hoje não compreendo por que razão a escriba de serviço só se digna alinhar umas palavras à terça-feira. Suspeito que o fim-de-semana deverá ser dedicado ao estudo da «res publica». Ou, mais provavelmente, a receber instruções...

«O senhor Presidente da República Portuguesa sai definitivamente fragilizado e estigmatizado de toda esta embrulhada política que nos envergonha na Europa civilizada».
Tem razão quanto à fragilização. Porém, só mesmo o Lesotho ou o Burkina Faso poderiam ter um santana como primeiro-ministro. Quanto à UE, já lá temos Durão...

«Sempre me ensinaram que o respeito, como quase tudo na vida, deve ser recíproco. Também aprendi, não só em casa como na escola, a respeitar a Bandeira Nacional, o Hino e as instituições e, desde logo, o Presidente da República, fosse loiro ou moreno, laico ou cristão. Assim tenho cumprido ao longo da minha vida. Já o escrevi, e disse, que não gostei, e agora muito menos porque as bandeiras estão incolores e esfarrapadas, de ver o País embandeirado, precisamente porque a Bandeira é o nosso símbolo máximo de identidade e independência».
E?...
Essa do respeito tem muito que se lhe diga. Vinda de quem vem...

«É como a nossa língua, e tal como ela, mal amada...!»
Ó minha cara: convirá olhar para o espelho. Isto se não lhe restar um pingo de vergonha na cara. Ou se a repugnância o permitir. V. Exa. é o exemplo acabado do analfabetismo congénito que por aí reina. Para ser um Carlos Magno só lhe falta decorar umas tantas citações. Por falar nisso, parece que este ajudou a quem lhe fez a cama na RDP, aquando da história (certamente uma mentira soez) do fax, por si assinado e que, em nome do PSD, convocava uma conferência de imprensa. O documento foi enviado através da linha da rádio pública.

«Voltando ao respeito. O senhor Presidente da República não respeitou os votos dos portugueses. Se não confiava nas capacidades governativas e de gestão de recursos humanos de Santana Lopes, deveria ter tido a coragem de lho dizer em Julho. Não o convidava para formar governo, convocava eleições e estávamos “governados”».
Que se saiba, a maioria dos portugueses votou num partido, o PSD e em Durão Barroso. Não votou no apêndice popular e, muito menos, em Santana Lopes.

«Nada, nem ninguém, penso eu, o obrigou a dar a sua palavra a Durão Barroso sobre a continuidade do governo da maioria. Tinha poupado Portugal a toda esta série de episódios próprios de uma medíocre e “rasca” telenovela mexicana».
O Presidente da República cometeu um erro capital de julgamento. Mas nenhum cristão poderia antecipar até que ponto poderia subir a incompetência, o desnorte e a irresponsabilidade de Santana e seus pares, onde se incluem Gomes da Silva, Morais Sarmento, António Arnaut, as ministras da Educação e da Cultura, enfim quase todos. Ao lado destes, Portas e companhia são meninos do coro. Competentíssimos e com alto sentido de Estado.

«Por muito respeito que os portugueses possam, e devam, ter pelo Presidente da República, sentem que esse respeito não é retribuído. No tabuleiro falaram mais alto as pedras de interesse partidário, do que as que representavam os interesses do País. E esta leitura, é tão legítima, como todas as outras. Se o povo, como muitos diziam e escreviam, andava deprimido, hoje, para além da depressão, está “neura”, decepcionado e zangado».
A escriba de serviço não deve passar do Via Catarina e de uma ou outra loja. O que todos, sem excepção, constatam é que o País está aliviado. Claro, é natural. Só uma minoria, embora dominante, depende dos partidos para sobreviver. Recomendo-lhe a leitura, diária, do Abrupto e do Veritas Filias Temporis, ambos da autoria de José Pacheco Pereira...
(o itáçico serve para sinalizar um excelente exemplo do uso da Língua Portuguesa. Vinda de uma licenciada, docente e ícone das artes e letras nortenhas... Que erudição! Que clareza de racionício!)

«E, não fora a quadra natalícia, que sempre apazigua os corações e enleva os espíritos, mesmo laicos e ateus, tinhamos por aí várias formas, visíveis, de descontentamento. Basta ouvir os espaços de antena aberta da Antena 1, TSF e Sic notícias, para se perceber do desalento e incompreensão pela decisão presidencial de mandar o País para eleições legislativas antecipadas».
Se não faltasse um assentozinho – diacho, fui contagiado, acentozinho ortográfico, sff –, isto não seria um editorial. Por falar nisso, hoje o açúcar está acentuado. Parabéns... (suspeito que deve agradecer ao editor de fecho). Confesso, desde já, não ser ouvinte da Antena 1. Cheira muito a delgado. Quanto à TSF ainda ontem ouvi. Nada do que relata, mas, enfim, admito que a escriba deva ter confundido, tantos são os espaços de antena aberta que vê e escuta...

«Nem recorrendo a toda a boa vontade desta quadra “mágica” se consegue dissociar o tempo, do modo e da oportunidade. Que ingénuos e movidos pelas melhores intenções, só os Reis Magos há dois mil anos. Hoje, é muito difícil não inferir que há “razões que só a razão” da pressão de gente, muito influente, conhece, e que esteve na base da decisão de Jorge Sampaio».
Esclareço: foram os banqueiros, atemorizados com a subida da taxa e IRC e com o fim das benèsses na Zona Franca da Madeira. Isto sem esquecer a polícia fiscal. Entre outros. Por falar nisso: estou radiante com a baixa de IRS já em 2005. Tudo decisões de Santana e Bagão, num Orçamento que, segundo o circunspecto governador do Banco de Portugal nos poderá propiciar um défice orçamental – descontadas as receitas extraordinárias, já agora sugiro a venda da Madeira – superior a CINCO POR CENTO. Tudo isto fruto da actuação de um governo que, como nenhum outro, se esforçou por reduzir a despesa pública.
Já agora aqui fica o anúncio: dentro em breve serão conhecidos alguns episódios envolvendo os hospitais sa, um dos grandes negócios deste princípio de século.

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quarta-feira, dezembro 08, 2004

O seu a seu dono 

Afinal enganei-me. «O Primeiro de Janeiro» dá hoje à estampa uma notícia que não li. Por uma simples razão. Na edição electrónica deste matutino, não é possível ver o noticiário domiciliado na última página. Nesta, apenas merece destaque o cronista-residente.
Quanto ao aniversário de Mário Soares, tratou-se apenas de uma nota pessoal. Tão pessoal, embora menos erudita, como a de JPP no recém-galardoado Abrupto...
...Já agora: ainda bem que o blogspot foi desbloqueado. Por uma vez, alguém demonstrou alguma inteligência.
Obrigado, Miguel.

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Adivinhem as razões 

Dão-se alvíssaras a quem descobrir o título do único matutino portuense - os vespertinos já se foram há muito - que não noticia os esclarecimentos prestados pela Casa Civil da Presidência da República sobre o "processo de dissolução parlamentar em curso".
Há prémios aos que descortinarem os motivos que levaram a esta criteriosa selcção noticiosa...
...E, por último, quem acertar nos nomes - é feia a delacção -, podem ser só as inciais dos mentores de tal acto serão galardoados com um fim d'ano na Madeira, inteiramente patrocinado pelo Bokassa insular.
(há possibilidades de ficarem por lá)

PS: Mário Soares completou 8o anos. Nem sempre respeitou o povo, nem sempre cumpriu as suas promessas, nem sempre foi leal com os amigos, mas, ao contrário de outros, foi fiel a si próprio. Penso que, a partir de 1979, não enganou propositadamente ninguém. Tenho orgulho em ter sido um dos membros do MASP1 no Porto. Parabéns ao aniversariante.

PS2: Algum PSD já encontrou a estratégia. Ilegítima e injustificada a decisão presidencial; vitimização; e, para cúmulo dos dislates, foram os empresários que deitaram abaixo do Governo, temendo a "polícia fiscal" de Bagão e Santana. A estupidez é, mesmo, triste!

PS3: Parece que, depois de ter andado a fugir aos credores durante alguns anos, ignorando notificações judiciais, Gomes da Silva vai ter que justificar a intermediação de um empréstimo privado concedido à alta funcionária da PGR cuja especialidade, alegadamente, consistia em comprar e não pagar e chantagear alguns incautos.

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terça-feira, dezembro 07, 2004

Elogio à estupidez ou um simples ajuste de contas com o passado (III) 

«Os portugueses que não andem atarefados com as compras, necessáriamente pequenas, do Natal e que não andem distraídos com os futebóis e outras “quintas” perguntam: afinal o que fez mover o senhor Presidente da República? Afinal porquê que dissolveu a Assembleia da República? Se não tem confiança neste Governo, qual a razão do seu empenho na aprovação do Orçamento desse mesmo Governo?»
Eu esclareço: os advérbios não são acentuados (ou assentuados) há longos anos. E a sintaxe do “andem”? «Afinal porquê que?...». Sem comentários quanto ao uso do Português. Sempre imaginei que, nas várias cátedras que terá frequentado ou comprado, ao menos alguém possa ter dito à escriba de serviço que os seus inúmeros talentos – que os terá, mas muito escondidos – não passam pela escrita.
Quanto à ideia subjacente à pergunta, confesso que o subscrevo.

«A ausência de respostas e explicações, dá lugar a interpretações, provavelmente injustas e perversas, mas compreensíveis.A falta de clareza em todo este processo de crise, leva a que Jorge Sampaio não fique nada bem nas fotos que testemunham estes últimos dias. Fazendo apenas um exercício de memória, que é sempre útil para nos ajudar a clarificar as ideias, encontrámos há quatro meses um Presidente da República que levou duas semanas a ouvir toda a gente e mais alguma, para consolidar a sua decisão de empossar o Governo PSD/CDS na pessoa de Santana Lopes.»
Já não falo dos atropelos ao Português...
Continua a ter razão, a escriba. Porém, convirá esclarecer estes minorcas opinantes que, no caso vertente – embora discorde frontalmente do método – o PR se baseou no articulado constitucional vigente que, recordo – a memória é uma coisa excelente – foi também aprovado pelo PPD/PSD. Assim sendo, se o partido/emprego da escriba de serviço dá poderes discricionários (o dicionário é óptimo para compreender estes “palavrões”) ao PR, de nada se poderá queixar.

«Durão Barroso foi para outras paragens, que não as de Guterres, mas como a Terra é redonda, ligeiramente achatada nos pólos, lá ...se encontrarão, em nome de um Portugal “não pantanoso”...!”. »
Confesso não ter compreendido o alcance deste nariz de cera. No limite do exercício, interpreto-o como uma crítica ao tão e sempre idolatrado José Barroso. (Que, disse e repetiu-me fonte fidedigna, gostava muito (?!) da escriba e da família comunicacional. É por isso que, sempre que o «PJ» pediu uma entrevista ao, então, primeiro-ministro, levou com uma recusa. A partir de determinada altura deixei de falar no assunto. Lamento que a estupidez congénita [chega a ser doentia] não tenha compreendido a razão da esquiva)

«Ora a semana passada, Jorge Sampaio não teve dúvidas e até se esqueceu de que não estamos numa monarquia e que não pode (deveria) decidir sózinho “demitir” o Governo de maioria PSD/CDS».

Mais um erro ortográfico. Que, vindo de uma docente, torna tudo mais grave. Volto a esclarecer: sendo que se trata de uma prerrogativa DISCRICIONÁRIA, não tem que consultar nada nem ninguém. Apenas, por CORTESIA, deveria ter INFORMADO, não consultado, o presidente da AR, Mota Amaral. (Grande figura ontem. Em directo, conforme gravação vídeo que possuo, Sexa. mentiu ao deputado Eduardo Cabrita, ao plenário mas, felizmente, o seu companheiro de partido, Marques Guedes, deu-lhe a mão e salvou-lhe a face).

«Também se esqueceu de pré-comunicar a sua decisão ao Presidente da Assembleia da República, que é só o número dois do País. Mota Amaral desculpou o esquecimento. Repito o que aqui escrevi há algum tempo: Mota Amaral é Homem-Político que se escreve assim, em maísculas. Sabe bem haver políticos de excepção. Poderiam seguir-lhe o exemplo, fossem ou não cristãos...!»
MAIÚSCULAS, sff!..
O conceito está prejudicado pelo que acima escrevi e está inscrito na Constituição da República Portuguesa que a escriba de serviço deverá ter na sua posse e que, não estando encadernada – faria um “vistaço” – serve para consultar sempre que necessário. Insisto: embora discorde da metodologia e, sobretudo, do facto de Santana não ter sido demitido, o PR nada tinha que pré-comunicar nada a ninguém.

«Portugal vai sobreviver a mais esta prova e esta crise, que não começou agora, simplesmente porque os portugueses não são todos políticos, nem autarcas, nem isto ou aquilo. Os portugueses têm muitos defeitos, mas já provaram que dificilmente vão atrás de falsos profetas. Retomando a memória: quem é que provocou eleições em 2001? O Governo PS liderado por Guterres. E quem não se lembra daqueles ministros socialistas que em catadupa iam caindo e saindo: António Vitorino, Fernando Gomes, Murteira Nabo, João Cravinho, Jorge Coelho, Manuel Maria Carrilho, Pina Moura e a “famosa” Manuela Arcanjo, que disse de Guterres e do seu Governo o que “Maomé não disse do toucinho”.
Tudo isto aconteceu durante SEIS ANOS. Em quatro meses e uns dias, o que aconteceu com Santana? E o caso da famosa Tégui? Trinta minutos antes da tomada de posse, os serviços da Presidência da República NÃO SABIAM para onde esta senhora ia... E que dizer do adiamento da tomada de posse de dois secretários de Estado, apanhados em contramão no Porto, durante uma renovação do Governo e cuja cerimónia foi adiada porque Santana tinha sido convidado para um casamento, seguido de uma ida à discoteca? E as sestas? E Gomes da Silva/Morais Sarmento? E Marcelo/Rodrigues dos Santos?
Não há santo que aguente...

«José Sócrates, que lidera o partido socialista, porque Ferro Rodrigues, em Julho foi-se embora, (há cada coincidência), já começou a fazer a chamada: Jorge Coelho vai coordenar a campanha eleitoral, António Vitorino o Programa de Governo e a equipa governamental, se o PS vencer as eleições de Fevereiro. Os restantes, entre os quais Armando Vara, agitam-se na sala de espera em que o Portugal está transformado!»

Num pretenso editorial, as minúsculas ficam bem a um auto-intitulado director. É verdade que Armando Vara pode andar agitado. E Marco António Costa, António Preto, e outros que tais?


«Notas: 1 – O Orçamento está aprovado. Começou a campanha eleitoral, ali mesmo, no Plenário, em nome do País. Naturalmente!»
Apesar de alardear memória, a escriba de serviço tem-na, mas muito selectiva. A campanha já tinha começado muito antes e atingiu o seu esplendor com a história do prematuro que leva uns estaladões. Um mimo!

«2 - 24 anos depois, os especialistas da investigação concluíram que Camarate, foi “mesmo” sabotagem! Já prescreveu...!»
Talvez. Recordo que, após o 4 de Dezembro de 1980, ainda a AD continuou em funções. E, depois, já com Cavaco, houve DUAS MAIORIAS ABSOLUTAS E CATORZE MESES DE GOVERNO MINORITÁRIO LIDERADOS POR CAVACO SILVA. Que, diz-me a memória, foi eleito líder do partido na Figueira da Foz, rompeu com o Bloco Central – uma aberração político-ideológica – para ganhar três eleições consecutivas.
Tanto quanto me lembro, era militante do PPD/PSD.

PS: A minha memória começa uns anos antes do 25 de Abril...

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segunda-feira, dezembro 06, 2004

Quem me avisa... 

Primeiro, as memórias.
Ângelo Correia foi, nos tempos da AD, ministro da Administração Interna. Tutelava as polícias, como era e é de norma. A dado passo do seu brilhante percurso político ocorreu uma greve geral. Não se soube nem nunca se apurou a autoria do acto, mas as fechaduras de algumas lojas da baixa lisboeta - ainda as havia ao tempo - apareceram tapadas com uma pasta feita à base de alcatrão - retirado às obras de Krus Abecasis -, "abrilhantada" com alguma serradura. Claro, sem recurso a chaveiros, serralheiros e à Fábrica de Chaves do Areeiro, não havia maneira de abrir as portas.
Ângelo não perdeu tempo e, aos microfones da RR, RDP e RTP bradou: "Enfrentamos um clima de insurreição!"...
Brilhante, não?
Depois, o nosso Ângelo enveredou por uma profícua e proveitosa carreira empresarial. Primeiro ligada a todos os industriais, mesmo os mais suspeitos, do seu distrito, Aveiro. Mais tarde, já devidamente alicerçado, tratou e trata de vida intermediando a quase totalidade dos negócios com os países árabes. Tudo isto sem descurar a sua vocação rogeira. Isto é: e exemplo de Nuno, comenta tudo. Política nacional e internacional, matérias económicas e de defesa, os pontos verdes e os moloks, os filtros de partículas nos motores diesel, o turismo na Guatemala... Já chega de exemplos...
Agora, em entrevista à RR/Público, decide desancar em Durão Barroso para justificar o descalabro de Santana. Elogios vão para os ministros do CDS-PP e, de entre os do seu partido, o PPD-PSD, apenas para Álvaro Barreto e António Mexia.
Lamento dizê-lo, mas cheira a esturro. A minha leitura dos encómios passa por verficar que Durão e Ferreira Leite não acolheram as suas pretensões de "lobbyist". Barreto e Mexia seriam, por seu turno, grandes esperanças para o futuro.
(Vaticínio: se vier Pina Moura, ou outro que tal do PS, Ângelo passa a jogar em casa)

Agora outro assunto: parece que Portas vai fazer um grande favor e aceitar a plataforma eleitoral com o PSD. Isto depois de ter dito que era melhor para todos os dois partidos irem separados a sufrágio. Santana já percebeu que, sem muleta, vai passar a ter que cumprir (na oposição, embora, pelos vistos, possa destronar de novo Carmona Rodrigues na Câmara de Lisboa) a agenda parlamentar. O que é uma grande chatice, já que não há seguranças, idas à Kapital têm de ser em carro próprio e São Bento nada. Passará a ser o Marco António lá do sítio.
Porém, e independentemente das cambalhotas que Portas e Santana irão protagonizar, deixo aqui uma sugestão ao líder popular: verifique quantos votos vai perder entre o seu eleitorado fiel no caso de concorrer coligado com Santana...
...Sei do que falo!
Quem avisa meu amigo é!
PS: Não falo em nome próprio, como facilmente poderão calcular...

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sábado, dezembro 04, 2004

Pergunta sem elogio 

Primeiro, a nota. A escriba de serviço deverá ter já iniciado o seu tão merecido fim-de-semana. Os últimos sete dias foram extenuantes. Saber, pela tv, que o seu governo, o de Santana Lopes, iria ser posto na rua por incompetência, é demais para um coração íntegro e pio. Depois, ser obrigada a tentar escrever uma lista de lugares comuns e a inventar outros tantos elogios. Tudo isto sem conseguir uma ligação à central de informação, ocupada que estava a fornecer as directrizes aos escribas de serviço em locais verdadeiramente importantes. Tenho a certeza que, na próxima terça-feira, estará de volta. Remoçada. Cheia de afecto mas sem açúcar. Provavelmente nem dará pela falta do assento. Perdão, acento...
Mais um dia sem elogio. Fico triste...
Mas aqui ficam duas perguntas.
Que motivos ou razões tão "ponderosas", motivos ou razões "de Estado", terão levado Luís Filipe Menezes, o autarca-santanete de Gaia, a desdizer-se no espaço de três semanas? Em Barcelos, jurou que não seria mais candidato no concelho. Ontem voltou atrás. Já é...
Será que, com a queda do Governo, não há mesmo mais nenhum emprego disponível? Menezes, ao lado de Marco António Costa é um Telmo Correia - é ministro, é mesmo, embora não se dê por ele... - se comparado com Manuel Cambra, aquele deputado mudo do CDS-PP que, em S. João da Madeira, oito quilómetros quadrados, conseguiu plantar 110 (cento e dez rotundas) antes de ser levado em vilegiatura numa carrinha dos serviços prisionais.
Segunda: não será possível interditar, em nome do regular funcionamento das instituições e a bem da higiene pública, o del(e)gado da (do PPD/PSD na) PT?
Retomando as comparações: ao lado de Santana e alguns dos seus fiéis, apaniguados e outros que tais, Portas é um senhor.
PS: Com o Governo de saída, na margem do "PJ" glosa-se o comportamento das petrolíferas em relação aos preços do petróleo. O cronista chegou mesmo muito tarde ao assunto. Pois, se calhar, dentro de três meses vai começar a pagar a gasolina do seu próprio bolso...
PSII: A bolsa portuguesa (existe mesmo?) reagiu em baixa à anunciada saída de Santana. Ficou inquieta com as consequências, antecipando que possa surgir alguém em São Bento com ideias, rodeado de gente minimamente capaz, com vontade de governar, mesmo dormindo sestas e não frequentando a Kapital.
Porém, Nova Iorque e Londres estão bem e recomendam-se. E o petróleo continua a baixar...

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sexta-feira, dezembro 03, 2004

Continuo sem poder elogiar 

Segundo dia consecutivo sem ter o prazer de ler umas, nem que escassas, linhas da escriba de serviço.
Andará, certamente, muito ocupada a tratar de vida por outras paragens. Ou, então, ainda não conseguiu digerir a "bomba atómica" presidencial.
Fico a aguardar por melhor oportunidade...
PS: O Sporting parece ter, em definitivo, desaparecido da margem...

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quinta-feira, dezembro 02, 2004

Elogio à estupidez - hoje não há 

«O Primeiro de Janeiro» não tem, hoje, 2 de Dezembro de 2004, nenhum editorial.
A escriba de serviço terá estado ausente, como sempre, aliás, em dia feriado. Tem folgas fixas. É um caso único no universo dos directores...
Vinte e quatro horas após ter sido anunciada a dossolução do Parlamento, não conheci nenhum director que não estivesse na Redacção. E conheci alguns...
Claro que os funcionários devem receber instruções superiores. Mas mesmo a central de informação deve estar equipada com internet para enviar os textos a publicar...
Por isso, hoje, esta secção não será publicada.

PS: Desde 25 de Novembro que mantenho algumas dúvidas. Sendo que os blogs domiciliados no blogspot estão interditados à Redacção do «PJ» em Coelho Neto, como será que a escriba de serviço teve conhecimento do Abrupto de José Pacheco Pereira?
Para o premiar, terá recebido instruções superiores?
Será que JPP conhece a entidade promotora do prémio?
A família do visado era accionista da empresa original. Isso mesmo mo confirmou, de viva voz, o próprio JPP...
...Ao tempo do Clube da Esquerda Liberal - que frequentemente reuniu na minha casa de então, e do então MASP 1, Movimento de Apoio a Soares a Presidente.
Será que a escriba de serviço teria conhecimento disto?
Ou estaria entretida e dar aulas?
Onde terá ficado colocada? Terá pedido destacamento? Na central de informação?

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Desafio inaceitável 

Paulo Portas falou. Igual a si mesmo, entre o demagógico e populista, elevou-se, a si e ao seu partido, muito acima do seu colega de governo e parceiro de coligação e disse ao que ia: vai sozinho às eleições.
A isto chamo eu inteligência e coragem. Inteligência porque o CDS/PP vai explorar até ao limite a inépcia de Santana e todas as manobras soezes do seu partido. Para tal, não será necessário esforçar-se muito...
Apresentando-se como vítima de Santana e de todos os santanetes que, acolitados pelo genuíno PPD/PSD onde se albergam os escribas de serviço e os mais corruptos carreiristas e oportunistas, não será difícil ao CDS/PP grangear algum capital de simpatia e, eventualmente com isso, capitalizar votos que lhe permitam contrariar as sondagens.
No entanto, Portas, inteligente como é, fez um desafio inaceitável ao Presidente da República. O ministro da Defesa quer saber se Belém promulgará, com calma, o Orçamento de Estado, documento que, após as inúmeras alterações que a maioria governativa lhe introduziu, nada tem a ver com o que Bagão Félix foi anunciando ao país.
Lamento ter de o repetir. A decisão de Sampaio foi a resposta mais adequada à situação gerada por Santana e seu pares. Só que, uma vez mais, o PR ficou a meio e gerou equívocos desnecessários.
Será legítimo fazer aprovar um Orçamento elaborado por um governo em estertor? Quando um dos partidos da coligação já anunciou o inevitável, isto é, o fim do acordo governativo?
Fará sentido vincular um próximo governo a um Orçamento de mentira, em que ninguém, mesmo ninguém acredita?
Melhor faria o PR em avisar que, cumprido o formalismo das audiências, dissolveria o Parlamento e este governo entraria numa, ainda que perigosíssima, fase de gestão, período em que deveria ser sujeito a uma vigilância permanente. (Permanente seriam 24 horas diárias e a cargo do MI5)
Será que os funcionários públicos, pensionistas e reformados não aguentariam mais três meses de 2005 sem aumentos? Será que o país perderia muito em viver 90 dias em duodécimos?
É que, entre Bagão Félix e Ferreira Leite não hesito. Esta falava verdade e não lia os Evangelhos...

PS: Assalta-me um pressentimento: não demorará muito a ouvirmos Manuela Ferreira Leite a falar do OE para 2005...

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quarta-feira, dezembro 01, 2004

Um verdadeiro suicídio... 

Pela segunda vez na minha vida, concordei com uma frase desse pseudo-intelectual que tudo critica, olhando, porém, sempre para o seu mostruoso umbigo, de sua graça, Francisco Louçã. Disse o patético personagem que gostou da decisão de Sampaio, mas que esta veio com quatro meses de atraso.
Fui dos primeiros que, não por partidarismos, mas simplesmente por argumentos pessoais, defendi a convocação de eleições antecipadas por Sampaio, depois da ida de Manuel Barroso (?!) para Bruxelas. Se no plano jurídico-constitucional, ambas as opções eram perfeitamente legítimas, já não o eram no plano político. E o meu principal e decisivo argumento foi sempre, mas sempre, a total incapacidade política de Santana Lopes, por demais demonstrada ao longo de toda a sua carreira (ou falta dela) política. Falta-lhe tudo, absolutamente tudo, como político: inteligência, liderança sensata, lealdade para com os seus pares, capacidade de deixar obra feita sem ser por populismo e demagogia. Sampaio, atendendo apenas e tão só à sua eterna fobia pela estabilidade governativa, decidiu em sentido contrário.
Com efeitos desastrosos, como se viu durantes estes 4 meses. O Governo de Santana foi mau, manifestamente mau. Foi péssimo. Falhou toda e cada uma das reformas a que se propôs, numa arrogância e orgulho sem precedentes. Não teve habilidade nenhuma para lidar com os problemas com que se deparou. Muito mais grave do que isso, foi o próprio Governo que se encarregou de ir semeando e colhendo os seus problemas, polémicas, casos, intriguices. Numa palavra, foi o próprio Governo, e não a oposição, que assinou a sua sentença de morte.
Se não vejamos. O episódio da demissão do ministro Henrique Chaves, que saiu em rota de colisão pessoal com Santana Lopes, atirando-lhe críticas gravíssimas, foi só a gota de água de um verdadeiro carnaval de palhaçadas políticas. O circo vai desde os episódios com a comunicação social, com a ideia de Morais Sarmento de ser o Governo a definir a grelha de programação da televisão pública, coisa só vista em regimes de velhas senhoras, e a demissão, em bloco, da direcção de informação da RTP. Passa pelo episódio Marcelo, que, quer queiramos quer não, feriu de morte o executivo: houve pressões claras e directas do Governo para calar a incómoda missa dominical do Professor na TVI. Passa também pela tentativa frustrada de, através da criação de uma Central de Informação, vetada a tempo pelo Presidente da República, calar as críticas que todos os dias soavam, nos meios de comunicação social, contra a total inépcia do Governo: a humildade de receber críticas nunca foi apanágio deste executivo, que reagiu mal, como nenhum outro, às opiniões discordantes. Passa por todos os episódios rocambolescos que envolveram esse lambe botas mentecapto que é Luís Delgado. Passa pela oposição severa que se fez sentir no seio do próprio PSD, pelos seus dinossauros políticos: Miguel Veiga, Pacheco Pereira, Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa passearam, diariamente, a sua voz discordante por tudo quanto era sítio. Culminou com o discurso violentíssimo, no passado fim de semana, do insuspeito Cavaco Silva, que teve como reacção uma metáfora ridícula, que chega a doer de vergonha de coisa nenhuma, de Santana Lopes que, discursando na qualidade de primeiro-ministro, comparou o Governo a um bebé que está na incubadora e a quem os irmãos mais velhos vão dando estaladas e pontapés. E acaba com o adiamento da tomada de posse dos recém-nomeados secretários de Estado, marcada para Sábado, pela suposta agenda sobrecarregada (leia-se: casamento durante o dia, e copos, numa discoteca lisboeta, até às tantas da manhã) do excelentíssimo e sempre mui trabalhador primeiro-ministro
Um verdadeiro suicídio!...Há muito anunciado...
Resta-me, para terminar, deixar aqui expresso o meu ódio, cada vez mais visceral, por esse abjecto político que é Santana Lopes. É preciso, isso sim, tratá-lo como um sem escrúpulos, como um incapaz, como um mentecapto. Reconhecê-lo como um demagogo rasca e macilento. Proibi-lo de circular no plano político português. Instalá-lo numa clínica de reabilitação política, se as houver, algures no Burkina Faso ou no Botswana. Para sempre.

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Paradoxo 

É mesmo ao estilo de Jorge Sampaio.
Anuncia a dissolução da Assembleia da República mas não do primeiro-ministro, o que provocaria a queda do executivo.
Significa isto que o aborto gizado por Bagão Félix será aprovado. Um documento, de importância capital, que é criticado por todos. Empresários e trabalhadores.
Por outro lado, e a fazer fé em Vital Moreira, em cujos conhecimentos constitucionais confio plenamente, Santana & Amigos EP (Empresa Pública) poderão continuar a gerir o país a seu belo prazer.
Continuarão as nomeações de boys e girls em tudo quanto é sítio.
Será isto suportável?
Será justificável "amarrar" um futuro governo a um orçamento de mentira?
Parece-me que não.
Sampaio fica, pois, a dever uma segunda explicação ao país.
A primeira, já a deveria ter dado ontem. Gostava, mesmo, de saber as razões que o levaram a dissolver o Parlamento e a não demitir o primeiro-ministro.
Talvez que, dentro de algumas horas, o Prof. Vital Moreira ou outro constitucionalista me possa esclarecer.
Até lá...
...Uma boa noite de sono, já que as perspectivas futuras parecem ter melhorado.

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Elogio da estupidez ou um simples ajuste de contas com o passado (II) 

Ora aqui vai a pérola que, para melhor compreensão, deverá ser comparada com os escritos de ontem e outros, disponíveis on-line em www.oprimeirodejaneiro.pt quando Jorge Sampaio caucionou uma solução dinástica para a continuidade da coligação governativa PPD/PSD-CDS/PP.

«A crise no Governo tem agentes que merecem ser destacados. Estão de parabéns todos os “competentes” do PSD, que, do alto do seu camarim [eram actores? Nunca os tratou como tal...] não deram tréguas a Santana Lopes».
Esta é dirigida a Miguel Veiga, diariamente elogiado e publicamente venerado pela escriba de serviço.

«Estão de parabéns todos os que pressionaram o Presidente da República, no sentido da dissolução do Parlamento, desde a ida de Durão Barroso para Bruxelas».
Esta vai para José Pacheco Pereira, ao lado de quem a escriba de serviço, posou para a foto publicada a 26 de Novembro.

«Está de parabéns Henrique Chaves pela forma “amiga”, reconhecida e de grande sentido de Estado com que apresentou a sua demissão de ministro».
A crítica chegou tarde. Até hoje nunca se leu ou ouviu qualquer frase ou expressão negativa com origem na escriba de serviço. A não ser que tenha sido proferida nas reuniões havidas na Rua de Guerra Junqueiro.

«Estão de parabéns os partidos de Oposição, e demais vozes críticas, que não aceitaram a decisão do Presidente da República em Julho. Estão de parabéns os que apostaram, desde a primeira hora, na queda de Santana Lopes. Está de parabéns Jorge Sampaio, que usa “a bomba atómica” antes terminar o seu mandato. Dissolver o Parlamento é o acto que vai ficar registado como o mais importante do seu “reinado”, talvez o único com que será identificado daqui por alguns anos».
Aqui, a escriba tem razão. Só que a dissolução não implica “identificação”. Quando muito, memória, recordação. É uma questão de semântica, vulgo conhecimento de Português. Todos sabemos que não é o seu forte...

«Ou seja, estão de parabéns todos os que desejavam eleições legislativas antecipadas, não aceitaram que Santana Lopes “lhes passasse à frente” e chegasse a primeiro-ministro antes deles, e, está de parabéns Mário Soares, que recebe a “melhor” prenda de aniversário pelos seus 80 anos. Mário Soares, que há quinze dias no Porto, quase apelou a uma revolta popular, poderá agora dar o seu precioso contributo a José Sócrates, no sentido de lhe ensinar como pode ser candidato a primeiro-ministro, de preferência, sem “teleponto”».
A escriba revela aqui toda a sua ignorância. À época, andaria distraída, já que vendia umas horas na RDP e outras tantas no ensino. Coitaditos dos alunos. Mereciam melhor...
Bush utilizou o teleponto e Santana não o fez porque os santanetes sobrestimaram os seus dotes de oratória e minimizaram os riscos da asneira. O bebé prematuro e a estalada é um primor que a escriba se esqueceu, convenientemente, de glosar.

«Naturalmente que houve erros, e alguns de estratégia, que não deveriam ter acontecido. Demos nesta coluna exemplos de alguns».
Perdão? Seremos todos cegos e surdos? Ou será que a escriba de serviço e que ocupa a direcção de um jornal diário confunde, por desconhecimento, encómio com crítica?

«Claro que nem todos os membros do Governo tinham provas dadas de poder ser a melhor escolha. Sabe-se que havia agitação dentro da maioria, confusão e atropelos».
Monsieur de La Palisse não diria melhor.

«O Presidente da República fez questão de justificar esta sua decisão com base nos sinais de desagregação governamental e crise crescentes. Parece-me que viu mais do que isso».
Ainda não vi nem ouvi as justificações vindas de Belém. Admito que a escriba de serviço tenha um canal directo a São Bento.

«Com as últimas sondagens poderá ter visto a hipótese de levar o seu PS para o Governo».
Recordo que, mesmo com Ferro Rodrigues na liderança, o PS surgia à frente nas sondagens. Agora, já não convirá relembrar isso, pois não?

«Como escrevi no meu editorial de terça-feira, Portugal deve estar sempre na primeira linha das preocupações do Governo e do Presidente da República».
A escriba escreveu? Ou transcreveu? E já agora, o primeiro-ministro não está abrangido por esta brilhante máxima? Ou será que fazer adiar a tomada de posse de dois dos seus secretários de Estado porque tinha uma festa privada que terminou na Kapital com um enorme séquito de seguranças não constitui uma ofensa ao País?

«Penso que, tal como fez em Julho, ao chamar Santana Lopes para governar, ontem, um dia antes do previsto, Jorge Sampaio, ao decidir pelo dissolução, pensou ser esta a melhor solução para o País. Com uma diferença; desta vez não precisou de chamar a Belém toda a gente para se aconselhar»...
A escriba de serviço demonstra aqui, de novo, a sua ignorância. Sampaio já chamou a Belém quem deveria ter chamado. É um pró-forma e, mesmo, o parecer do Conselho de Estado não é vinculativo.

«2005 vai, pois, ser ano de dois actos eleitorais. Até às legislativas teremos apenas Governo de gestão: abranda o investimento público, o orçamento é gerido por duodécimos, páram as negociações de aumentos para a função pública. Para País em crise, não está mal!»
É difícil ler, em quatro linhas – a quinta é, apenas, maquillage, disso a escriba sabe – tantos lugares comuns e tamanha dose de analfabetismo manipulador. Com um orçamento como este, com tantas e tão profundas alterações introduzidas, todas, pela maioria – o que configura uma sucessão de mentiras – e, muito especialmente, pelo PSD-Madeira, do amigo e financiador de viagens e não só, A.J. Jardim, o País não se afunda mais por viver, nem que seja cinco meses, por duodécimos. Já agora descubra o inevitável erro ortográfico. Um acento, não assento, como já escreveu. Julgo não ser necessário transcrever o texto em causa...

«Nota: Ouvi a comunicação de José Sócrates. Fixei o nome de António Vitorino».
É natural. A central de informação do luís delgado estava a ditar-lhe o texto. A escriba de serviço é, mesmo, directora? De quê?

O meu PS: Nem o cronista do «À margem», funcionário do grupo parlamentar do PSD, consegue descer tão baixo. Admito que terá vida profissional para além do partido.

PS2: Espero que alguém faça chegar estes textos à escriba de serviço. Que, ao menos, tenha a coragem de me processar por difamação. É que guardo religiosamente os seus escritos, os erros ortográficos, os fretes, enfim tudo.

E foi esta escriba de serviço que, alardeando uma ética e dignidade acima de qualquer suspeita, me dispensou por telefone em dia de folga. Começarei, a partir de hoje, a devolver-lhe tudo...

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Um elogio à estupidez ou um simples ajuste de contas com o passado (I) 

Esclarecimento prévio. Foi em «O Primeiro de Janeiro» que, nos idos de 1978, me iniciei nas lides do jornalismo. Aqui convivi, até 1 de Maio de 1991, com directores e chefes de Redacção de toda a estirpe. Estúpidos e incultos, incapazes de escrever e assinar uma vulgar directriz editorial ou norma interna, jornalistas competentes e manipuladores, manipuladores saloios, vultos das letras que nada sabiam, nem queriam saber, de jornais, jornalistas com ideias mas com tarefas político-económicas bem definidas e com gente da casa, conciliadora e bem-intencionada mas incapazes daquele “golpe de asa” necessário à inversão da decadência. Regressado em 1999 ao mesmo jornal, já no tugúrio de Coelho Neto e abandonada a ostentação de Santa Catarina, reencontrei um ambiente acolhedor, embora castrador de qualquer ideia inovadora. Depois, bem, depois veio a era do PSD. Das funcionárias. Vinda do desemprego da RDP, surgiu Nassalete Miranda e irmã. A primeira, julga-se um vulto das Letras. Mal sabe escrever, por total ausência de ideias próprias e espírito crítico. A segunda é, pura e simplesmente, uma figura de ficção (vide texto que assina na edição de hoje. Não fosse a agência Lusa...) Ambas, porém, umbilical e financeiramente ligadas ao mundo do PPD/PSD. (Fora disto, nada...) Independentemente do líder, das suas ideias e actuações. A isto chamo, sem pudor, funcionalismo. O mesmo que tanto critica no PCP. Claro, já sei, a vida custa a todos, e os empregos, mesmo se conseguidos à custa de falsas promessas – tenho a certeza que para os lados de Oliveira de Azeméis reina a azia que nem uma dose maciça de Kompensan amaina – mas, como em Belém, ainda há tempo para corrigir o tiro.
A partir de hoje, e perdoem-me o espaço e tempo que vos tomo – tenho a mania que ainda há quem me leia – inicio o ajuste de contas com um passado próximo.
Já volto.

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