USA Datanet
free counter
USA Datanet
A torto e a Direito <$BlogRSDURL$>

sexta-feira, abril 30, 2004

À deriva 

Noite ventosa, esta. Passada a esporádica canícula, eis-nos de retorno à Primavera. Isto é: toma lá com uns aguaceiros, vai buscar as camisolas e aproveita para trocar de calçado.
Eis-me, assim, à deriva. Sem grande assunto para glosar e uma meia-dúzia de coisas para dizer.
O Banco de Portugal disse ontem que, sem recurso à cosmética - não digo aqui algumas marcas que conheço de cor, não vá o "diariodeumjormalista" despedido com toda a justeza comentar -, que o défice português do ano passado atingiu os 5,3%. Grande número. Principalmente se conseguido à custa da venda de anéis, alguns de valor nulo e cuja alienação ainda iremos pagar com língua de palmo, sem qualquer investimento público digno de nota e - rufam os tambores - sem que a despesa pública tenha baixado. Perante isto, não espanta que até José Manuel Fernandes consiga antecipar que o Governo a queira despachar...
O alegado caso de favorecimento de Nuno Cardoso ao FC Porto é (mais) uma história mal contada. Que, isso admito, terá um fundo de verdade. Convirá, porém, conhecer em detalhe todas, mas mesmo todas, as peripécias que envolveram as urbanizações que rodeiam o Bessa. Continuo, e até ver não vejo hipóteses de abandonar a teoria, que a justiça em Portugal tem uma agenda política. Só há casos mediáticos a envolver os dois grandes partidos. Quase alternadamente. É uma questão cronológica acima de qualquer suspeita? Crédulo sim. Totó não...
À deriva continuo...
Ainda o caso dos "jornalistas" despedidos. À parte o blog e alguns insultos avulsos, onde pára a maré de revolta? Já agora: quem escreve "há 'x' anos atrás" deveria ser obrigado a escrever com vezes no quadro - não sei Português, mas prometo aprender"...
De repente, os blogs foram bloqueados, esquecendo-se, os promotores de tamanha cretinice que a internet se democratizou...
Perguntas à deriva:
Por que razão, hoje em dia, a incompetência aposta na quantidade ao invés da qualidade? Para mostrar serviço? E a quem?
Nasceu uma nova confederação empresarial. Será que temos tantas empresas e empresários, dignos desse nome, que justifique tamanha pulverização?
Demitiu-se o inspector-geral de Finanças. Querem ver que o senhor queria investigar algo, para além de chatear o contribuinte comum que declara IRS? Para o seu lugar foi (logo) nomeado um quadro do BCP. Estou em pulgas para conhecer as novas isenções fiscais que serão aplicadas ao sector. Não demora muito, a "lavagem dos dividendos" passará a integrar o extenso rol dos benfícios fiscais...
Ando tristíssimo: o meu opinion maker predilecto que, por uma questão de higiene, não leio há mais de seis meses, anda ausente...
Amanhã é 1 de Maio...
|

quarta-feira, abril 28, 2004

Lá se foi a promessa... 

Aqui disse, ontem, que não voltaria a abordar o despedimento de três alegados e auto-intitulados jornalistas da Redacção de «O Primeiro de Janeiro». Onde nunca puseram os pés...
Mas os desenvolvimentos do caso, obrigam-me a faltar à palavra. Paciência...
Pelos vistos, pelo menos um dos alienados justamente despedidos terá carteira profissional. O que, para mim, é insultuoso. Claro que, desde os tempos em que o PCP apoiou Joaquim Letria à presidência do Sindicato dos Jornalistas (SJ), sabendo que a sua actividade era, nem mais em menos, a assessoria comercial [aliás era - não sei se ainda é - proprietário de uma empresa da especialidade] está tudo dito. Ou quase. Porque, meus caros, acho que está na hora de ajustar umas contas.
Óscar Mascarenhas, que conheço bem há muitos anos, faz parte do Conselho Técnico e Deontológico do SJ e, diz o Filinto, da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (CCPJ). Até ver, nem um nem outra, tomou qualquer posição.
De dois em dois anos, a CCPJ relembra-me a obrigatoriedade de renovar o título profissional, condição (legalmente) imperativa para poder trabalhar no métier. Ora eu, como tantos e tantos outros, redigimos notícias, não baseadas ou subordinadas a interesses comerciais.
A democracia trouxe novas exigências comunicacionais. Entre elas a institucional e a empresarial. Hoje em dia tão ou mais importante quanto a original.
Perante este caso, o dos alegados/auto-intitulados jornalistas despedidos por delito de opinião na blogosfera, apenas pergunto: onde anda a Comissão da Carteira Profissional do Jornalista? O Sindicato dos Jornalistas? O Conselho Técnico e Deontológico?
A partir de hoje, meus caros, só me resta começar a olhar com outros olhos uma corrente de opinião, já muito antiga e lançada por alguns camaradas licenciados em Direito, que advogava a necessidade de uma Ordem.
Somos muitos, já nem sei se 8, se 9 ou dez mil jornalistas. Com título. Não acredito que, entre estes, não haja nenhum assessor. Profissão digna se exercida com competência e inteligência. Mas sem carteira profissional de jornalista. Porque o Código Deontológico, cujo compromisso assinei - como assinei um termo de respeito pelo estatuto editorial do "PJ" em 1977 -, assim o dita. A carteira profissional entrega-se e recupera-se. Veja-se, julgo, o tão badalado caso de Fernando Lima. Claro que, neste caso, deveria ter existido um período de nojo. Mas os actos ficam com quem os pratica...
A César o que é de César. Informação comercial e assessorias são imprescindíveis. Mas, meus caros, por muitos insultos que daí venham, isso não é jornalismo. E, para além de tudo, sei do que falo, a remuneração é, por norma, muito mais elevada...
O SJ já era. A CCPJ enferma de um amadorismo sem paralelo. Será que a ordem é a solução?
...E com mais estas linhas, lá se foi a promessa. Paciência. Mais uma...
|

terça-feira, abril 27, 2004

Há trinta anos... 

...Andávamos, todos, sem excepção, a tentar perceber o que se tinha passado. Diogo Neto já tinha saído. O genuíno "reviralho", o organizado e enquadrado, andava desaparecido. A PIDE, já sem a casinha e o crocodilo, muito low prifile. Aliás, dois inspectores já se tinham pirado para o Malawi. E o resto do pessoal, eu incluído, a tratar da "vidinha". Mas havia "porrada da grossa" ali para os lados de Tete e Mocímboa da Praia...
...Os irmãos Quental continuavam a trazer gente, voando fora de horas, já que a Força Aérea não tinha condições para operar após o pôr-do-sol. Os manos funcionavam sempre...
|

Com adoçante... 

Vi, há pouco, na dois, ex-RTP2, uma entrevista com Jorge Sampaio. Habituado a discursos herméticos, frequentemente sem sentido, apreciei particularmente o Presidente. Evocou memórias e foi afectuoso. Foi corente e lógico em todas as respostas. Felizmente que a entrevistadora cumpriu, embora com excesso de reverência, a sua função. A partir de agora, passarei a guardar outra imagem de Sampaio. E, espero, vir a ter oportunidade de o entrevistar. Após o final do mandato. Vai-me contar tudo sobre a OPA que o PS fez sobre o MES...
|

Por uma vez... 

Por uma vez, que não voltará a ser repetida, falo de jornalistas, mais alegados que reais, jornalismo e jornais. O meu...
Desde já confesso: entrei para a profissão, como candidato, era assim que nos chamavam, por concurso público, onde se apresentaram mais de 500 pretendentes. Após ter sabido que me haviam classificado em quinto lugar, protestei. Naturalmente, pois que a lista de admitidos já ia para aí no 25.º lugar. Pois, já era o sistema em funcionamento. Fui recebido - após intervenção de um órgão ainda hoje previsto na lei (Conselho de Redacção) - por um administrador corrupto, estou à vontade para o dizer, que me disse: "Vai entrar! Salário mínimo nacional, qualquer coisa como seis continhos e picos! Se não aceitar, já sabe! A porta é ali!". Digo apenas que esta alimária chulou a família Pinto de Azevedo, principalmente Manuel Pinto de Azevedo Jr, até ao tutano. Estávamos nos idos de 1977...
Estreei-me na profissão, primeiro dia, com uma ida à Ribeira. Havia cheias. O meu primeiro texto, truncado e revisto, saiu assinado.
Depois, andei por várias secções. Incluindo a que hoje se chamam suplementos comerciais, então cadernos especiais. Só fiz fretes e encomendas a amigos. Nunca recebi nada por isso. Também andei pela esfera governativa, requisitado por um ministério. O que, ainda hoje, me orgulha. Entreguei a carteira profissional para desempenhar estas funções, cujo conhecimento ainda hoje me é vantajoso...
Combati, suportei, convivi e apoiei todo o tipo de directores. Desde os inexistentes até ao super-inteligentes, mas comissários políticos. Obedeci a chefes de Redacção que, nem as Finanças de Bragança poderiam aceitar hoje a redacção de um ofício. Fui chefe de Redacção-interino de um dos grandes vultos das letras lusas. Fui proscrito por um director de quem ainda hoje aguardo a leitura de uma texto original. Mas tive grandes professores. Felizmente. Andei por diários, semanários e quinzenários. Por matutinos e vespertinos. Por revistas. Pela televisão, RTP pois claro, durante dois anos e tal. Até à chegada de um director de informação, vindo da RR, que teve a ombridade de me dizer: "Há "x" vagas, mas como você - tratamento que sempre gostei (!) - apoiou publicamente o Soares, não entra"!
Honra lhe seja feita. É um analfabeto congénito, mas foi honesto. Julgo que ainda hoje lá está.
É por isso que, aqui e hoje, expresso a minha revolta. Andam para aí uns alegados jornalistas - www.diariodeumjornalista.blogspot.com - a reivindicar uma qualidade que nunca tiveram. Ser jornalista. Embora, e disso tenho a certeza, sejam licenciados. Não sei bem em quê, mas enfim.
De Março de 1997 a 15 de Agosto de 1990 frequentei diariamente Santa Catarina. Coelho Neto até ao 1.º de Maio de 1991. Há quatro anos retornei. Desconheço os nomes invocados no dito blog. Nunca foram jornalistas e, por minha vontade, não o serão nunca. A isto chamo eu orgulho profissional. Não seguidismo. Porque as críticas, e são inúmeras. são formuladas internamente...
Epílogo: a minha carteira profissional tem o número 1127. E a vossa?
Capítulo encerrado...
Aguardo, apenas, que a Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas inicie a respectiva averiguação. E, se for caso disso, casse os eventuais documentos. É que não conheço jornalistas comerciais... Tanto quanto sei. é uma actividade explicitamente proibida. Ou, se calhar nao. Serão licenciados. E, portanto, inimputáveis...
|

segunda-feira, abril 26, 2004

Soltas a 26... 

Descobri/descobrimos que se nos divorciarmos, pagaremos menos IRS. Embora a medo, fiz a proposta. Levei uma "tampa". A santinha tem razão. Para quem cultiva e apela aos valores da "Família", como Bagão tanto apregoa - aliás já fez publicar os cem compromissos em Diário da República -, não há desculpa. Suponho, porém, que para dar início ao processo é necessário alegar mais qualquer coisa, para além das razões fiscais.

Ferreira Leite, aliás, parece estar no bom caminho. Não foi despachada Bruxelas, como antevi, como anunciou pomposamente aos seus correlegionários beirãos que, e cito, que "o Estado está mais desafogado e os portugueses vão senti-lo já no final do ano e, sobretudo, em 2005". Que hipocrisia primária: é ano de eleições...

Aliás, que dizer da ministra? Há dois anos que meteu na gaveta a autorização parlamentar para taxar a "lavagem dos dividendos", sucedânea da "lavagem dos cupões", operação bolsista que beneficia, apenas, as grandes empresas, bancos incluídos, que pagam o que querem de impostos e, mesmo, algumas empresas públicas, onde o Estado vai buscar em lucros aquilo que não recebe através do fisco.

Parabéns! Deve ser resultado directo da evolução que ainda hoje estou a pagar...

Emobora ausente dos grandes centros, parece-me que o aniversário do 25 de Abril passou ao lado de muita gente. É natural. O tempo ajudou e a enésima subida da gasolina foi ignorada. Com discursos balofos e bafientos, salvem-se, ao menos, algumas vaias...
|

Indesculpável indiscrição 

Filho da liberdade


Escrever sobre um acontecimento que não vivemos e do qual só temos informações, ainda que baseadas em factos, através das histórias que nos contam familiares, amigos, jornais e livros é tarefa ab initio bastante complicada.
O 25 de Abril representa, antes de mais, uma ânsia tremenda de liberdade, subjugada anos a fio por um poder autoritário.
Ao 25 de Abril devo a possibilidade de exprimir livremente as minhas ideias neste texto; a possibilidade de ver, ler e ouvir o que bem entendo sem que uma figura ameaçadora chamada censura me impeça de o fazer; a possibilidade de aprender e ensinar sem que uma orientação ideológica indique o meu caminho; a possibilidade de contrapor, de criticar, de duvidar abertamente e sem complexos sem que a repressão de uma qualquer polícia política me intimide.
Ainda bem que:
“Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.”
(Manuel Alegre)
À vol d’oiseau, só o fim da ditadura e a consequente democratização do país e aproximação a uma Europa mais forte, unida e sem fronteiras poderiam encaminhar Portugal para um futuro de progresso.
Agora, nesta Europa pós-Maastricht, a História de Portugal é cada vez mais comum e de inter-relações. Espero, porém, que esta minha “ditosa pátria” não deixe nunca de preservar a especificidade da sua cultura que me faz orgulhar de ser português.
Todavia, apesar de tudo quanto ficou dito e correndo o risco de ser politicamente incorrecto, pergunto se vivemos, hoje, num país de igualdade ou num país onde uns são mais iguais que outros, contrastando a superabundância de uns com o aperto do cinto e a tanga de outros; pergunto se, apesar do esforço e da coragem dos que desencadearam a revolução de Abril, não vivemos hoje numa democracia ameaçada, não agora por algum desejoso de poder político, mas por lóbis económicos a quem convém a decisão nas mãos de poucos; pergunto, neste contexto, se não caminhamos hoje para uma plutocracia.
A liberdade é precisamente, antes de mais, a capacidade de escolher entre diversas vias possíveis. A liberdade é essa possibilidade de “não ir por aí” como defende José Régio no seu eloquente Cântico Negro.
E eu, honrando aqueles que tiveram a coragem de acreditar numa Democracia nesse distante 25 de Abril de 1974, não pretendo “ir por aí”…vou continuar a ser filho da liberdade, da igualdade, da tolerância… tout court, filho da Democracia de Péricles, aberta, tolerante, organizada civilmente e respeitadora do indivíduo, onde “o Estado é administrado no interesse do Povo e não de uma minoria”!
* André de Vasconcellos, 18 anos, aluno do 1.º ano da Faculdade de Direito da Universidade do Porto
crónica publicada em «O Primeiro de Janeiro» a 25 de Abril de 2003

|

Uma certa quarta-feira... 

À hora que esta edição chegar às bancas, Portugal iniciou um irreversível processo de libertação. As forças militares afectas ao Movimento das Forças Armadas terão já tomado o Aeroporto da Portela, a RTP, a Emissora Nacional e outras rádios, começado a mentalizar a GNR, desarmar a Legião Portuguesa e, sobretudo, cercado o Quartel do Carmo, em Lisboa, onde está Marcello Caetano, presidente do Conselho de Ministros, herdeiro de Salazar como homem todo poderoso de um regime prestes a morrer. Mas tudo isto, visto de longe, tem outros contornos. Nem por isso menos empolgantes...

Confesso desde já que não me recordo do dia da semana. Estranho? Talvez não. Passados trinta anos sobre uma data tão marcante, quem se lembraria deste pequeno pormenor?
Verifico que tudo começou numa quarta-feira.
Chegado a 1974, há três anos que me havia tornado “cliente” da agência de viagens do Exército, com estadias várias no Continente - nada menos, nada mais, que quatro - em localidades como Mafra, Caldas da Rainha, Lisboa, Elvas e Coimbra, sem esquecer uma passagem pelo Funchal.
O melhor estava-me reservado para 1973 quando o “jackpot” da mesma agência me forneceu uma passagem de ida - o regresso ostentava a designação “void” - para Moçambique.
Mas havia estado cá em 74. A 16 de Março - por uma incrível coincidência - estava de férias. E por motivos ainda mais incríveis - o Rali TAP - cruzei-me, na estrada, e à saída Lisboa, perto de Sacavém, com a coluna dos revoltosos que havia saído das Caldas. Só a 18, e por portas travessas, não me lembro em que café, soube do que se havia passado.
Dias depois, a mesma agência de viagens que (coercivamente) me havia contratado, recambiava-me para Nampula (Moçambique), com escalas em Luanda e Beira.
A 24 de Abril de 1974 estava pois em Nampula.
Nessa noite, como era habitual entre terça e quinta-feira, tinha feito a minha passagem pela messe dos oficiais para jogar algumas partidas de “king”
Às duas e pico da madrugada, 11 e tal cá, fomos postos na rua. O que não era novidade nenhuma. Na altura tinha um Fiat 600, comprado por oito contos, e foi nele que levei o ortopedista, já bêbado, a casa. Ainda ficamos uma boa meia hora à conversa.
Já em casa e a dormir, madrugada alta, fui acordado por um “condutor” amigo. Chamavam-me do Quartel General “porque havia qualquer coisa em Lisboa”.
Tinham “farejado” qualquer coisa. Durante uma ou duas horas fomos sabendo que havia um golpe de estado em Lisboa.
Só que, pelas 6 da manhã, três cá, a PIDE decidiu “empastelar” as comunicações e ficamos sem saber mais nada.
Na manhã de quinta-feira, Nampula estava anormalmente silenciosa e calma. Sentia-se uma estranha tensão no ar que só a tarde traria alguma acalmia. Soube-se, então, que o general Diogo Neto, chefe de Estado-Maior da Força Aérea em Moçambique havia sido chamado a Lisboa de urgência. Uma vez mais a cadeia de informação subterrânea e clandestina. Porque, ao contrário do seu (religioso) hábito, Diogo Neto não havia feito o seu “jogging” matinal.
Vinte e cinco de Abril foi, portanto, um dia de espera. Os carros da pide andavam de um lado para o outro. O quartel-general fervilhava de rumores díspares.
Na madrugada de 26 de Abril, depois de termos ouvido todas as possíveis emissoras - da Zâmbia, Tanzânia e a própria BBC -, percebemos que a pide/dgs continuava a impedir as comunicações. No espaço de duas horas, a polícia política foi desmantelada.
Avizinhavam-se novos tempos…
De revolução, de esperança, optimismo e paz. Para Portugal, talvez. Não para Moçambique. (Como também pude verificar.)
Porque os ventos da história nem sempre sopram na melhor direcção e, assim, ficaram por cumprir, apesar de tudo mais lá que cá, os desígnios de Abril.
Fui um dos muitos enviados especiais à guerra colonial em Moçambique, então Província Ultramarina e esta "crónica de um enviado especial à Região Militar de Moçambique" data o ano passado. Foi, a 25, publicada em «O Primeiro de Janeiro».
|

sexta-feira, abril 23, 2004

Votos 

Valentim:
Perdoa o tratamento informal. Aprendi-o com o Pacheco no Degrau.
Há dois dias que, toda a gente assim o julga mas eu duvido, não vais a casa. Assim sendo, e porque estarás a estrear uma ala (novíssima, como convém a uma première) da judiciária, instalada nos terrenos da casa dos Borges em Pereira Reis/saída para Augusto Lessa, deverás usufruir de condições que não tens em casa. Tenho a certeza que o João, mesmo antes de ir para Bruxelas com o ícone Deus Pinheiro - já deve ter concluído a reforma da administração pública - terá contratado um dos vários empreiteiros gondomarenses, ou talvez não, para renovar por completo casinha do Foco. Deve ser uma vergonha constatar que a judite oferece condições dignas de um Sheraton...
Realmente não tenho visto o Mercedes estacionado em cima do passeio nem tenho relatos de discussões acesas e ameaças de porrada com algum agente policial mais zeloso.
Já agora convirá que o 24 Horas, o Correio da Manhã (do corajoso Marcelino) ou o Independente desencantem a (falsíssima) história da expulsão e posterior reintegração do senhor major no exército. É uma verdadeira novela. Mas vale a pena... embora os registos militares tenham milagrosamente desaparecido... via MFA e VA. Bom homem, não sabia dizer não a ninguém...
|

Há trinta anos... 

...era Outono. Que estranho. Por lá, a Primavera tinha começado. Por cá, era Outono. Mas um Outono muito diferente. Era o fim da época balnear. Como se, naquelas paragens, isso fosse admissível. Num "Minimoke" - não digo o que é, vão à "net" - só com capota de lona e sob uma chuva torrencial "baldei-me" com um amigo que, muitos anos depois, reencontrei em S. Tomé, até à Praia das Chocas (também está na "net", embora muito mal retratada). Estava/estávamos "enrabichados" - no dizer de Jorge Amado. Perto dali - em África, as distâncias são muito, muito mesmo, relativas - na pousada da Ilha de Moçambique, aconteceu. Não conto o quê, por reserva pessoal. Digo, apenas, que antecipou algo de muito belo, embora efémero.
Foi uma viagem curta, porque no dia seguinte (amanhã), já estava em Nampula. De novo. Onde a(s) aventura(s) e o(s) sonhos foi/foram vivido(s). Com outros olhos. Com outras inquietações...
Deuses. Que terra inesquecível. Espero poder levar lá alguém que comigo, hoje, partilha, embora sem compreender, quiçá com algum ciúme injustificado, as minhas (velhas) utopias. Vai compreender-me melhor. Quando, banhada pelo Índico, vir nascer a Lua onde, aqui, o Sol se põe...
Mas, no entretanto, dizem que o fim-de-semana será glorioso. Lá iremos, para outra paixão nossa/minha: o Minho e o Atlântico. Com a Galiza ali tão perto...
|

Tanto Mar 

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo pra mim

Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar

Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim

Chico Buarque

Nota: como é possível, do outro lado do oceano, saber/interpretar tão bem. Até o "pá" do Vasco Lourenço...
|

Pedra Filosofal  

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam
como estas árvores que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que sonho
é vinho, é espuma, é fermento
bichinho alacre e sedento
de focinho pontiagudo
que fuça através de tudo Em
em perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela é cor é pincel
base, fuste, capitel
que é retorta de alquimista
mapa do mundo distante
Rosa dos Ventos Infante
caravela quinhentista
que é cabo da Boa-Esperança

Ouro, canela, marfim
florete de espadachim
bastidor, passo de dança
Columbina e Arlequim
passarola voadora
pára-raios, locomotiva
barco de proa festiva
alto-forno, geradora
cisão do átomo, radar
ultra-som, televisão
desembarque em foguetão
na superfície lunar

Eles não sabem nem sonham
que o sonho comanda a vida
que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos duma criança

António Gedeão

|

quinta-feira, abril 22, 2004

Abril de Abril 

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.


Manuel Alegre
30 Anos de Poesia
Publicações Dom Quixote

|

Socorro II 

Hoje será outro dia de trabalho...
...Vamos lá a ver se não me engano no local e vou parar à Circunvalação (Estrada Interior, numa das mais belas curvas do antigo circuito de Fórmula 1) ou à Rua de Costa Cabral...
...Aposto que qualquer um deles é mais saudável...
PS: Acho que vou rever a final da Taça UEFA do ano passado.
|

Há trinta anos... 

...era segunda-feira, lembram-se? Por esta hora, deveria estar a jogar cartas com os médicos. Um otorrino, um ortopedista e um cirurgião de guerra, com especialidade tirada nos EUA e provas dadas no Vietename. Os dois primeiros, em rigor, muito perto da loucura alcoólica. O terceiro, com o mais alto posto que um (médico) miliciano poderia atingir, de uma lucidez e franqueza espantosas. Aqueles tinham andado e, possivelmente, ainda andariam ligados ao reviralho. [O otorrino, tripeiro, já se foi há muito] O tenente-coronel, homem ligado ao regime, mas completamente descrente, só dizia: "Uma carta, se faz favor. É para hoje ou posso ir mijar?"
Para espanto meu, ainda hoje o recordo, as conversas eram coerentes e tinham um rumo. Invariavelmente dirigidas para o fim da guerra. O pessoal andava cansado. Muitos exaustos. A tal ponto que, com conhecimento e autorizado pelos próprios, assinei documentos oficiais com ordens de evacuação de zonas de combate. Foi mesmo por esta altura, não sei se neste dia, que, na messe e sentado na mesa do pano verde, ouvi(mos) a chegada (exemporânea) de dois hélis. Traziam feridos vindos de Cabo Delgado. De (mais) uma emboscada à saída de Mueda. A viatura tinha pisado e rebentado uma bomba aeronáutica de fósforo. Imaginam o que é? Simples. Arde sempre, se nos mergulharmos na água apaga, se voltamos ao de cima continua a arder. Posso errar. Eram sete. Três do continente. Os outros eram pretos-brancos. As queimaduras ditam a perda de pigmentação. É a teoria da epiderme, derme e não sei que mais...
Morreram todos. Os três de cá durante uma viagem para Lourenço Marques, escala para um hospital especializado em Joanesburgo.
...Deveria ter sido por esta altura. Acabada o jogo de cartas, já que o bar encerrava religiosamente às duas - horário "vigiado" por dois generais, um deles Diogo Neto - o cirurgião de guerra disse algo de enigmático: "Está para breve!"...
...É estranho como ainda hoje me lembro da cena. Frente ao Quartel-general, praceta deserta, e ele, homem com idade para ser meu pai, a tratar-me como um igual. Se me esforçar, julgo que ainda consigo falsificar uma daquelas assinaturas...
...Tantos anos perdidos. Tantas vidas. Tanto tempo.
PS: Apesar de tudo, gostava de lá regressar. Se calhar arrepender-me-ia. Mesmo assim arriscava...
|

Imaginário 

De cada vez que me sento frente a este trambolho doméstico, acho-me um reizinho. Não, não se trata daquela figura de banda desenhada que, 52 domingos por ano e a par do calendário do Matulinho, esse publicado no primeiro dia do ano, povoou a minha imaginação de criança, enquanto (já) leitor de «O Primeiro de Janeiro».
Nada disso. Frente a este "sony multiscan 110 ES", sim porque cá em casa tudo é de marca, mesmo contrafeita que não sou assim tão esquisito, sinto-me superior à plebe dos dois mil e qualquer coisa que, a fazer fé no fast counter - há quem diga que é um bug, não sei - terão visitado este blog.
Sinto-me assim como estando a escrever nas páginas do NYT (New York Times para os mais distraídos, no FT (Financial Times), na Newsweek ou, simplesmente, no El País. Vistas bem as coisas, o Faro de Vigo também servia.
Mas não. O blog é a minha ilusão, enquanto sobrevivo numa verdadeira «Cage aux folles» sem o Ugo Tognazzi e companhia.
Pronto. O resto virá a seguir. Mesmo a rubrica algo arredia do Há trinta anos...
|

quarta-feira, abril 21, 2004

Socorro! 

Socorro! Acho que me enganei no local de trabalho...
|

Temor do sistema... 

Muito francamente, não lido bem com o sistema. Frequentemente envergonho-me de meter (raio de verbo) uma vulgar cunha. Custa-me pedir favores, mesmo quando sou credor (dos ditos). Tenho a mania que os canais (porra!) pré-estabelecidos são para respeitar. Claro que, muitas vezes, acabo por ser comido (arre, isto vai descambar) por lorpa.
A verdade é que o sistema gera em mim sentimentos contraditórios. Por um lado, provoca-me uma ligeira erupção cutânea, vulgo coceira. Por outro, suscita-me temor.
Passo a explicar.
O mediatíssimo caso "Casa Pia" veio a lume num momento delicado para a coligação governamental. Implicou dirigentes e, sobretudo, um partido: o PS. Durante meses, um sem-número de nomes foram cirurgicamente cozinhados em lume brando. Para gáudio de alguns, que nunca comentavam nada, porque a justiça é independente.
Porém, quem tenha estado atento ao consulado do anterior PGR e às lutas do actual e da ministra da Justiça com a ex-direcção da PJ verificará que esta sabe, melhor que ninguém, que a "vingança é um prato que se serve frio". E a justiça - a minúscula não é inocente - está longe de ser cega. Hoje em dia sabe como, quando, onde e quem atacar. É uma ciência...
É por isso que a detenção de Valentim Loureiro, cujas contas com a justiça e com a história estão longe de estar saldadas, de Pinto de Sousa e de mais uns quantos anónimos que só interessam para as estatísticas, cheira à légua a um ajuste de contas. Um contraponto político ao caso "Casa Pia". Porque o major é um ícone dos dinossauros nortenhos sociais-democratas. É, entre outras ocupações, presidente da Câmara de Gondomar, da Junta Metropolitana do Porto e da empresa do Metro do Porto. Chega?
Tenho para mim que algum/alguns correlegionário(s) cobiça(m) (algum/ns) emprego(s)...
Pergunto: já agora, o caso Isaltino é para quando? E Cruz Silva/Águeda?
A talho de foice: será que o recurso de Tavares Moreira, porta-voz para a Economia do PSD, já foi apreciado? Recordo que o douto deputado está impedido de gerir entidades bancárias e empresas públicas por decisão do Banco de Portugal.
Temo, portanto, que o sistema tenha actuado para lançar poeira sobre algo. Convirá estar atento às entrelinhas. Não sei porquê, mas acho que as últimas previsões da OCDE sobre o nosso défice devem estar correctas...
É o que eu chamo de um sistema ao serviço de outro sistema. Arranjamos motivos de conversa, para tapar o sol com uma peneira.
PS: João Marcelino é mesmo uma besta. A SIC-Notícias deu-lhe tempo de antena e o moço foi por ali abaixo. Mas tem um grande emprego...
PS: afinal isto não descambou... fica para a próxima.
|

O sistema (continua)... 

Vistas bem as coisas, o sistema povoa o nosso imaginário. O sistema é tudo e, ao mesmo tempo, não é nada. O sistema é aquele expediente que nos permite ultrapassar uma fila - ou bicha, salvo seja! - de quinhentas pessoas para entregar um papel numa qualquer repartição pública. Sem esperar meia-dúzia de horas. É o que nos permite assistir a um jogo internacional no Estádio do Dragão, já que o "judeu" não passa bilhetes por baixo da porta. Aliás tornou-se mesmo um cão "j....". (it's a private joke com um amigo)
Sem o sistema passaríamos mais de metade da vida encravados a tratar de minudências. Se alguém descobre um atalho para chegar ao Pinheiro Manso em hora de ponta em menos de 30 minutos, isso é graças ao sistema.
O sistema, repito-o, povoa e ensombra o nosso quotidiano. Só incomoda, mesmo, alguns (muito poucos) intrinsecamente honestos.
Ou os carreiristas corruptos. Como alguns escribas da nossa praça que diariamente demonstram a sua incapacidade pessoal e intelectual, só sobrevivendo à custa do pior da coisa pública. Os exemplos tendem a multiplicar-se mas o ícone (meu) preferido reside de segunda a sexta num matutino...
Há uma corrente de opinião que defende o internamento compulsivo dos tuberculosos. Quiçá, apesar de inconstitucional, com razão. No caso acima referido, advogo o banimento...

|

terça-feira, abril 20, 2004

Razão 

O Miguel tem razão. Abaixo o Arquime(r)de(a)s que aqui continua desde a fundação. Viva a Lili Caneças. Aliás são contemporâneos. Ou, em alternativa, o Adamo...
|

O mistério continua 

Não há maneira de alguém me esclarecer, em português e linguagem acessível, o que é o tréquebéque. Continuo, apesar de tudo, inclinado para a teoria dos flatos.
|

Notas soltas 

Para todos e ninguém em geral. Para alguns, em particular.
1 - Freddy. Desculpa lá, gosto do teu blog - perdoa-me o tuteio - mas imaginei que fosses outro personagem. O título do (meu último) post foi injusto. Deveria ter sido "Confusing Freddy". A responsabilidade desta infeliz ocorrência, em última instância - como aliás é de regra, não sei se consagrada no Direito Administrativo - é, evidentemente, do patrono/ideólogo desta coisa do "A torto e direito" mas que, em boa verdade, se tem vindo a "baldar" como um leão. Perdão, dragão, que com répteis não convivo. Já sei: os leões são mamíferos e felídeos. Não são répteis. Que, aliás, abominam. Não sei como na segunda circular convivem...
2 - Andrade. De apelido e convicção. Ainda faço qualquer coisinha pela vida. Honestamente, a contragosto. Mas enfim... Se o dr. Portas cumprir a promessa que fez há dois anos e meio e me contar mais seis aninhos para a reforma, comprometo-me publicamente a dar a vaga a um candidato mais jovem. Por isso, meus caros, tratem de mandar muitos mails para o Ministério da Defesa Nacional sugerindo a urgente aplicação do programa eleitoral do CDS-PP. Já agora, com cópia para a drª. Ferreira Leite...
3 - Como o próprio não o faz, informo que o patrono/ideólogo/convidante deste blog anda muito ocupado. É estudante, entre outras actividades "chic/estadonovo/twinn's" que, por sigilo profissional (está no código deontológico) não detalho. Em definitivo, escreve bem. É bom moço e, tenho para mim, que dentro em breve me poderá apresentar alguém...
Haverá posts na costa?
4 - Acabo de ver um filme brasileiro. Não, não, não foi no SexyHot. Foi num dos canais Lusomundo. Chama-se "A cidade de Deus". Valha-nos o Senhor (fui educado na fé cristã). A NÃO PERDER...
5 - Acabei, há minutos, de ler na PÚBLICA de domingo um entrevista de Paulo Moura a um energúmeno que dá pelo nome de Omar Bakri Mohammed, grafado a partir de agora como a besta. Vive em Londres, alojado numa "vivenda incaracterística" propriedade do município. Residência paga, portanto, por todos os súbditos de sua majestade. É sírio, tem 44 anos, diz-se à boca cheia que será dirigente da Al Qaeda e, a dado passo, afirma: "Ainda hei-de ver a bandeira do Islão sobre o número 10 de Downing Street".
Estou-me positivamente a borrifar quanto à bandeira, sua majestade e Downing Street. Apesar de gostar da cidade e uns poucos (muito poucos mesmo) súbditos. O que me espanta é como Tony Blair, o amigo (até quando?) de Bush, ainda não correu com (est)a besta. Melhor dizendo: porque não o colocar em exposição numa gaiola do zoo de Londres (um dos melhores do mundo, esclareço)? Será que os negócios públicos e privados com Damasco valem este enxovalho?
Não é possível, em pleno século XXI que, em nome de Alá e de Maomé (o grande profeta), uma besta destas profira tantas e tantas ameaças sem que seja devidamente punida. Não sei mesmo porque razão esta besta não foi recambiada para o seu país de origem. Ou para Guantanamo, em Cuba, onde os norte-americanos fazem tábua rasa da sua própria legislação, da Convenção de Genebra e do Direito Internacional, e ali conservam umas centenas de prisioneiros na solitária. Desaparecido o Tarrafal, com Peniche transformado em museu e Caxias num hospital-prisão, não vejo alternativa.
PS: se na terra dele e em nome de Deus dissesse dez por cento do que esta besta afirmou, estava há muito morto...
|

segunda-feira, abril 19, 2004

Confused Freddy... 

I wonder who's Freddy? I only remember two. Freddy, a welsh pilot, somewhere in the mid seventies. South hemisphere, of course. Living nowadays, I believe, in London. The second, best known, Kruger is fictious. Then, who's Freddy, the smiling guy who sometimes appears?
Probably confused... but, most probably, my friend's friend, a [law] college fellow...
Try me better than that...
Best wishes and pardon my bitter humour. I'll get better in just a moment...
Anyway, thanks for reading this blog.
|

domingo, abril 18, 2004

Arte de bem falar e nada dizer 

Sexta-feira fui jantar ao Alto Minho. O repasto teve discursos, como aliás é de tradição. Um dos ditos foi proferido por um secretário de Estado em efectividade de funções e em visita oficial. Durante dez longos minutos, o governante, ao que me dizem um excelente professor universitário e técnico competente, teve o condão de alinhar algumas centenas de palavras, sem grandes erros de concordância ou pronúncia. Dando provas de uma habilidade sem parelelo, o douto orador teve o condão de nada dizer. Falou, falou, falou e nada disse. Felizmente que a assistência estava mais interessada nos produtos em degustação. Caso contrário, o repasto teria sido um verdadeiro presente envenenado. Daqui endereço os parabéns ao mui digno membro do Governo, na expectativa de o ouvir, muito em breve, falar assim, por exemplo, no Parlamento Europeu. Acho que, entre outros, merece a deslocalização...
|

Somas... 

Embora me possa ter parecido inicialmente estranho, julgo ser importante reflectir sobra a questão das somas nas várias vertentes.
Comecemos pela política. Quando, aqui, repeti críticas (públicas) a uma coligação governativa contra-natura, baseada apenas numa contabilidade numérica (de merceeiro) pós eleitoral, fi-lo de consciência tranquila. Porque, quem tiver memória, deverá recordar-se que os dois programas eleitorais apenas tinham/têm um ponto em comum. O desejo de poder governativo. Num dos casos, ontem, hoje e amanhã, legítimo. Porque se trata do único partido que, sozinho, foi por três vezes governo, duas das quais com maioria absoluta. E a primeira deve-a ao dr. Mário Soares que, numa atitude inteligente e de competa independência político-partidária, convocou eleições antecipadas para impedir que fossemos, então, governados por um partido minoritário, o PS, apoiado e refém, no Parlamento, de um PCP que, já nos idos de oitenta, não se usava. Hoje, se Durão e o PSD tivessem tido coragem, continuaria a ser Governo, com uma legitimidade acrescida. Assim, não. Qualquer resultado menos conveniente, qualquer embaraço, a causa é sempre do antecessor. Esquecendo-se, por exemplo, que no caso do famigerado défice, a origem está, exactamente, nos governos de Cavaco Silva. Que fez progredir o país...

O prócere do política europeia da união "Forca Portugal" é João de Deus Pinheiro. Bruxelas conhece-o mal, tão poucas vezes o viu por lá, mesmo enquanto comissário europeu. Realmente, Bruxelas e Estrasburgo têm com solzinho tão fraco, não dá cor nenhuma e os campos de golfe são abaixo de cão. É uma boa escolha. Cria, porém, um problema interno. Quem será o "herdeiro" do emprego luso, dito da reforma da administração pública? Vistas bem as coisas posso ser eu. Pior não farei, já que prosseguirei o rumo anterior, isto é... Onde anda a dita comissão? Existe fora do papel e da dotação orçamental que paga os vencimentos?...

Zapatero e o PSOE são governo em Espanha sozinhos. O primeiro-ministro foi, isso sim, sufragado pelo Congresso por maioria absoluta graças a um somatório de votos, quiçá contra-natura, mas naturais. Não consta que o Governo tenha qualquer elemento estranho ao partido vencedor das eleições. A isto, por muito que custe, chamo eu de clareza, quase limpidez, política. Só o futuro dirá se me enganei. Para já tenho razão...

Já chega de política...
Vamos a outras adições.
O candidato da Segunda Circular ao título de campeão nacional de futebol, perdeu ontem à noite no Bessa. Dois lagartos foram expulsos por aquele ícone da arbitragem chamado Bruno Paixão. Não sei o que se passou durante o primeiro tempo, embora no resumo tenha visto que o segundo amarelo mostrado ao Rui Jorge foi merecido. Quanto ao amarelo da expulsão do Pedro Barbosa, também sei ler os lábios. O ícone da arbitragem deve ter ouvido em tempo real. Claro que Paulo Bento e Fernando Santos apontaram baterias ao senhor de amarelo, ressalvando este último, com grande ênfase - o respeitinho pelo major é muito bonito e nunca se sabe o futuro - que o Boavista nada tinha a ver com o "escândalo". Confirma-se o que aqui havia previsto. A lagartada que se cuide que o terceiro lugar está ali mesmo à beira...
Falta uma vitória e um empate, partindo do princípio que os "vermelhuscos" não irão a Alvalade (XXI) fazer uma desfeita aos novos amigos...
|

sexta-feira, abril 16, 2004

Somas incómodas 

...Acordos pontuais de incidência parlamentar, ainda vá. Mas formar coligações a partir de uma matemática pós-eleitoral? Quando os programas sufragados são, na maioria dos princípios (1) antagónicos?
No more comments...
(1) como é possível, salvo num número de ilusionismo, passar de anti-europeu a "eurocalmo" (o que quer que isso quer dizer, com excepção da residência oficial no Forte de S. João)?
PS: muita atenção ao pólo sedutor da Nova Democracia... (interroguem-se quanto às fontes de financiamento...)
|

Uma questão de cores 

"Muito se tem escrito sobre política neste blogue, as mais das vezes para criticar o actual Governo de coligação PSD/CDS-PP. Por opção pessoal, sou apartidário, o que me dá uma certa distância para criticar e para elogiar opções e acções vindas de qualquer quadrante político. Não tenho a mais pequena dúvida que este não tem sido um bom Governo".
Estas palavras não são minhas. Pertencem ao pai/patrono/ideólogo deste blog que, por amizade pura e dura, indestrutível, digo eu, me convidou como participante.
Em muitas coisas estamos de acordo. O que à partida poderia parecer estranho, já que um mundo de vivências geracionais nos separa.
Noutras, em completo desacordo. (as apaixonadas defesas, masmo que distanciadas, abrem a porta a um ataque planeado)
Mas, para espanto meu, há muitas mais coisas que nos unem. (abaixo a beloso!)
Diz o André que é apartidário. Não tenho dúvidas, até porque nisso somos idênticos. Com excepção do FCPorto, agremiação da qual o André é militante de pleno direito e eu não, apenas sou sócio do Automóvel Clube de Portugal, dos Bombeiros Voluntários Portuenses, da Médis (passe a publicidade) da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (esportula-me algumas dezenas de euros de dois em dois anos) e, parece-me, de mais nada. Andei próximo de alguns partidos, já desaparecidos, participei em alguns movimentos políticos (um dos quais com muita honra), mas mais nada.
No entanto, apesar de apartidário, eu, pecador, me confesso. Estou marcado por uma corrente ideológica. E é exactamente por acreditar nela e querer partilhar alguns princípios, que me permito criticar.
Quando muitos aplaudiam Guterres, já eu expressava dúvidas. Aquando a reeleição, sempre pensei que a vitória tinha sido conseguida à custa da não-comparência. (a um deputado da maioria absoluta, mas o queijo limiano fez o pleno)
Actualmente, há um governo legitimado pelo voto. Que, em consequência, deve governar até ao fim da legislatura. É assim a democracia. À qual, até ao fim da minha vida, estarei rendido. Mas, por isso mesmo, continuo a dizer: neste governo há clones. E ministros com ideias. Mesmo que hipócritas...
Já lá voltarei...
PS: nada tenho contra o laranja (embora não goste da cor), nem contra o azul e amarelo, apesar de preferir a democracia-cristã ao populismo/popular vazio das feiras...
|

quinta-feira, abril 15, 2004

Governo: prós e contras... 

Muito se tem escrito sobre política neste blogue, as mais das vezes para criticar o actual Governo de coligação PSD/CDS-PP. Por opção pessoal, sou apartidário, o que me dá uma certa distância para criticar e para elogiar opções e acções vindas de qualquer quadrante político.
Não tenho a mais pequena dúvida que este não tem sido um bom Governo. Não acho, no entanto, sensato afirmar, como agora tanto por aí se houve, que este Governo nada fez. Antes de analisar algumas das suas opções, permitam-me recordar algumas pérolas que me ficaram do Governo socialista anterior.
Desde o princípio que o Governo do PS, talvez fruto do drama familiar vivido por Guterres - admito-o -, padeceu de um homem ao leme, que dissesse que o caminho a seguir era X e não Y. Foi feita, desde logo, tábua rasa da célebre promessa de "no jobs for the boys", que serviu de afronta eleitoral ao então chamado (e bem) "Estado laranja". O Sr. Primeiro-Ministro, que acumulou, simultaneamente, os cargos de presidente da Internacional Socialista, presidente da União Europeia e presidente da Assembleia Municipal da Freguesia de Donas, em lugar de se preocupar com os problemas reais do País, preferiu preocupar-se, qual Cidadão do Mundo iluminado, com os problemas da Europa e do mundo, passando, de vez em quando - quando lhe apetecia - pelo Parlamento. Tudo era mais importante que os portugueses e as suas necessidades: a cimeira europeia em Lisboa, a cimeira ibero-americana no Porto, os Conselhos Europeus, etc etc etc. Em seis anos de Governo, António Guterres falhou todas e cada uma das reformas a que se propunha e que o país urgentemente precisava - na saúde, na educação, na investigação, na competitividade empresarial, na qualidade da Administração Pública, na modernização do Estado.Desperdiçou, com um autismo que chega a ser incompreensível, um ciclo económico de desafogo e uma paz social quase de encomenda. No fundo, no meio de um deserto de ideias, encetou uma política que mais não visou do que amansar os sindicatos.(A propósito:em Belém, jamais.).
Apesar da ministra Ferreira Leite viver obcecada em manter o défice abaixo dos 3 por cento, nem que para isso tenha que vender as os anéis e os colares, apesar das peripécias particulares da deputada Maria Elisa, apesar do episódio académico verdadeiramente lamentável da filha do ex-ministro Martins da Cruz, apesar da escandalosa nomeação do homem das celuloses (administrador da Portucel), João Soares, para secretário de Estado das Florestas logo seguida da tentativa de meter os parques naturais e zonas protegidas debaixo da alçada das Florestas, apesar da ida de Durão Barroso, em nome de Portugal (não em meu!), ao casamento da filha do mais corrupto chefe de Estado africano, apesar dos "jobs for the boys", apesar dos ministros clones, apesar da impensável propaganda publicitária intitulada "Um Governo de Palavra", quiçá imbuída do espírito da encetada pela Forza Italia, apesar, apesar, apesar...apesar de tudo isto, este Governo tem alguma obra feita.
Senão vejamos: a reforma da tributação do património, com a eliminação do imposto sobre sucessões e doações; a insistência de Bagão (na minha opinião, não faz parte do grupo dos ministros clones) em governar e mexer em coisas que se não mexiam há séculos, com o novo Código de Trabalho (com muito mais virtudes que defeitos) e a revisão do regime jurídico de subsídio de doença, que era usado para estar em casa sem fazer nenhum e receber à mesma; a prodigiosa racionalidade de Sevinate Pinho ao evitar a catástrofe que se desenhava no "dossier" de pescas com a Espanha; o sucesso dos Hospitais SA; a corajosa reforma da Administração Pública; o aumento do valor propinas, sucessivamente adiado pelos governos anteriores para as calendas gregas reféns de uma minoria de estudantes, que pagava por um ano de frequência universitária aquilo que se pagava em 1941, preocupada com desfiles e exibições de traseiros.
Após dois anos de Governo reconheço que um número exageradamente grande de reformas ainda está por fazer. Mas alguma coisa já foi feita. E para assim concluir, importa ser o bastante imparcial para criticar o que é de criticar, mas também para elogiar o que é de elogiar. Goste-se ou não se goste do laranja ou do amarelo e azul.
|

Há trinta anos (a pedido...) 

Pois que, há trinta anos, me encontrava ausente. Já, então, me barbeava. Não diariamente, ritual que ainda hoje cumpro. Frequentava uma das repartições do Quartel-General da Região Militar de Moçambique, depois de ter sido evacuado por razões psiquiátricas. Relatório médico dixit. E, portanto, eis-me numa situação de privilégio. O trabalho, não detalho pela morbidez associada, ia sendo feito a desoras. isto é, quando me apetecia, até porque jogava diariamente cartas com o chefe na messe. Suponho, porque não há, nem quero, registo escrito das memórias que, há trinta anos, tenha repetido o ritual. Cheguei tarde de manhã, normal. O motorista nunca me ia buscar a horas. Também não era novidade nenhuma, já que andava "enrolado" com a matrona de uma casa de meninas com idade para ser mãe dele. Mas era simpática, cozinhava e recebia bem. Terei jantado na cervejaria do hotel e, depois, ala para o Bagdad. Um bar da oficialidade neófita e de um imbecilíssimo (e nazi) primo direito de sua alteza real. O apelido condiz: van Uden. O mongolóide ainda é vivo e, de vez em quando, as revistas ditas do high society ainda o retratam. Palavras não, que a besta nada consegue dizer.
Assim, do Bagdad poderei ter partido para as piscinas e, se bem me lembro (onde é que já ouvi isto?), para casa de... (a partir daqui só mesmo com acesso a canais codificados) Ou para outros lados. Perguntem ao Zé Carlos, ao Armando, ao Xico Casquilho, sei lá...
Mas pode não ter sido assim. Embora a sociedade moçambicana pós-setenta fosse incomparavelmente mais liberal e aberta que Lisboa. Asseguro ter visto "O último tango em Paris", em Lourenço Marques, muito antes da sua estreia na dita "metróple".
PS: como é possível ser hoje, meio 2004, monárquico em Portugal? Só se for sob a mão protectora de Juan Carlos...
|

quarta-feira, abril 14, 2004

Como é mesmo? 

Como é mesmo o slogan da selecção nacional que irá disputar o Euro 2004? Será "Força Portugal"?
E se o senhor schulari comete a proeza de não passar da primeira fase?
Pois, as europeias são mesmo no início do campeonato...
...Mas revela bem o estado em que caiu a política nacional. Até se copiam despudoradamente os slogans, ou motus, no dizer dos especialistas...
Assim, sim. Grande malha!...
Já me esquecia. O nome do cabeça de lista só será anunciado depois do 25 de Abril. Para não perturbar a campanha publicitária em curso, paga por todos nós, que até figura em autocarros dos transportes públicos, ao lado do skip, do fairy, dos filmes, enfim... de toda a m.... possível e imaginária.
Outra grande malha, do digno orador de amanhã à noite na Alfândega. Convirá estar atento ao painel já designado que está autorizado a fazer perguntas ao orador...
Esta é mesmo uma enormíssima malha...
|

terça-feira, abril 13, 2004

Deuses... 

...dai-me mais uns laivos de paciência para aturar isto tudo. É mesmo difícil. Apesar das amizades e umas tantas cumplicidades - na base "é, é importantíssimo, mas nós achamos que afinal não é assim tão importante" -, não é nada fácil "comer" certas coisas. Nada que, afinal, já não me tivesse acontecido. Só que, na altura...
|

Sempre suspeitei... 

...mas agora tenho a certeza. A presidência do Automóvel Clube de Portugal deve ser um "tacho" à antiga portuguesa. Caso contrário que levaria os três candidatos, dois mediáticos high-society e outro igualmente hs mas menos conhecido do público, a inserir páginas inteiras nos jornais e outdoors pelas ruas?
|

Leitura obrigatória 

Soube agora que os nada menos nada mais que "cem compromissos (do nosso inefável bagãozinho) para uma política de família" serão publicados amanhã na folha oficial. Desconhecia que o Diário da República tivesse uma secção de passatempos. Sinais de modernidade ou reforma estruturante? Também não sabia que o DR dava à estampa um rol de intenções...
|

Esquecimento imperdoável 

Hoje é o nosso "Dia D". De Portugal. Do país que exulta com as reformas estruturantes e daquelas que ainda estarão para vir. Do dito que está, eu não, com Bush, Blair e Aznar. Este já foi. Os outros é uma questão de tempo.
Os drs. Durão e Portas formalizam a coligação "Forca Portugal" concorrente às eleições europeias de Junho. Mas, reparo agora, a tecla do cê cedilhado não funciona. Premonitória avaria?...
|

Informação útil 

A rubrica "Há trinta anos", espaço 1, 2, 3, "n", esgotar-se-á [talvez] no dia 5 de Maio de 2004. Aqui, porque noutros locais, apesar de a tal instado, não me apetece fazê-lo. Acho que tenho direito a publicar as minhas fracas memórias. Porque as memórias fazem parte integrante de mim e me ajudam, diariamente, a ser como sou.
"Chato com'á potassa", ao que diz (em)...
|

Zé do Telhado... 

...Terá sido, rezam os relatos diponíveis, um assaltante. Em suma, um criminoso. Porém, diz a lenda, que não me apeteceu fazer uma busca "internética" nem consultar alguma enciclopédia - partindo do princípio que o personagem tem alguma entrada - que ele e a sua quadrilha terão sido assaltantes de sucesso, o que, na altura, e apenas na altura, incomodava os governantes e os grandes senhores. Não tardaram a apanhá-lo e julgá-lo. Foi a tribunal, mas o processo desapareceu o que levantou muitas suspeitas quanto ao modo como o julgamento se efectuou. Condenado à pena de degredo, em Angola, ali se tornou num negociante de borracha, cera e marfim, tendo servido como elo de ligação entre as autoridades portuguesas e a população local. Quando faleceu, "os negros construíram uma espécie de mausoléu na sua sepultura, e muitos anos depois, ainda lhe faziam romagens de veneração tal foi a sua fama de homem severo mas bondoso e sempre disposto a ajudar". Foi, por cá, uma espécie de Robin Hood. Tirava aos ricos, ficava com o seu quinhão - pois, se o trebalho de planeamento e execução era dele - e o remanescente oferecia aos mais pobres. Nada que a banca não faça. O quinhão, para ele e para a quadrilha não passava de um spread. O resto é gasto em proveitos próprios e, a ínfima parte, atirada para o mecenato, que é dedutível.
O que não se passa com o Ministério das Finanças. Ao contrário do Zé do Telhado, fustiga os mais vulneráveis, porque os outros, apenas os visa com palavras de circunstâncias e intenções sistematicamente adiadas para as calendas gregas...
Desejo, do fundo do coração, que a ministra Ferreira leite seja bafejada com um lugarzinho em Bruxelas. Já agora poderia levar o Bagão e, para compor o ramalhete, mais um ou outro mono...
PS: O site do Ministério da Defesa não indica, nem de perto nem de longe, o staff de Portas. Diz-me voz ligada à coligação, que o "paulinho das feiras" tem dezassete assessores. Preencheu totalmente o quadro, o que não acontecia desde o último governo de Cavaco Silva.
Em tempos de depressão e vacas magras, só para alguns, não está nada mal? Pois não Zé do Telhado? Perdão, drs. Ferreira Leite & Durão Barroso?
|

segunda-feira, abril 12, 2004

A torto e direito? Vamos a isso... 

Há vinte e seis anos que faço o que faço. I'm fed up! J'en ai marre! Falta-me paciência para aturar tanta prosápia e incompetência. Está, mesmo, na altura de mudar. Agora ou nunca!...
|

Há trinta anos... 

...Não recordo com precisão a data. Mas deve ter sido por agora. No mesmo dia fui de Nampula a Mueda (ida-e-volta) num helicóptero Alouette III. Bem sei que é um preciosismo... Permitam-me isso, ao menos. Fui buscar a documentação referente a três MIC (missing in combat, desaparecidos em combate), numa operação perto de Mocímboa do Rovuma, julgo que da companhia do capitão miliciano Miguel Costa, RIP. Como de Mueda nada vinha, fomos lá. O piloto, capitão, o meu chefe directo, outro capitão que o scotch a a maconha impediam de falar português, e este que se assina. Logo a subir, o piloto avisou: "voaremos abaixo das copas das árvores, não me apetece levar um tiro nos tomates!". Não levamos para lá. Mas, segundos depois de levantar em direcção à capital administrativa e militar de Moçambique, vimos duas rajadas de "tracejantes" vindas na nossa direcção. E vimos, também, montadas as rampas de morteiro 122 prontinhas para dar a dose diária a Mueda. Aprendi, então, a verdade sobre a noção aeronáutica da "rapada"... O protagonista da dita, soube anos mais tarde, era um dos grandes profissionais da Executive Outcomes, uma multinacional de mercenários que ainda opera no mundo...
PS: Já vos contei que em Fevereiro de 1973, sem sair do arame farpado, fui/fomos atacados 39 vezes? Para espanto meu, acertavam sempre na hora, fim de tarde, cinco e meia, mais coisa menos coisa, em que me dirigia ao banho? Houve dias em que a dose era repetida já noite dentro...

|

domingo, abril 11, 2004

Reflexões pascais 

.1 - Comecemos pelo futebol. Os três grandes portugueses ganharam. Dois com dificuldade. O terceiro, formado por répteis esverdeados - ainda não evoluíram o suficiente para adquirir a capacidade mimética que caracteriza a espécie -, e envolvidos numa série de competições, sameiras, dardos, matrecos e outras modalidades que Santana Lopes quer levar para o Parque de Monsanto, venceram um condenado à descida com grande tranquilidade. E como estamos em Abril, onde o sonho ainda é permitido, imaginam-se campeões. "Bem aventurados os pobres de espírito porque deles será o reino dos céus", terá dito, assim reza a Bíblia, Jesus Cristo. Nada mais ajustado....
.1(A) - Acabo de ver o Real Madrid-Osassuna. 0-3. Carlos Queiroz, que nunca foi treinador de nada, ficou-se por uns poucos esgares faciais. "Vaya con Dios" que é, como quem diz em português corrente, vai pr'ó real... O problema é que se pode vir a travestir num novo schulari. Mas vai exigir, de certeza, o mesmo salário e a casa que ocupa na capital espanhola. Porque um profissional daquele gabarito não pode prescindir das condições mínimas...
.2 - A publicidade governamental sobre a "obra" destes dois últimos anos, que erradamente pensei ter cessado, caminha, agora, em direcção ao 25 de Abril. Se os primeiros anúncios já eram ridículos, estes últimos são de uma demagogia a toda a prova. Sempre imaginei que, à margem dos frequentadores da Gomes Teixeira, houvesse gente que soubesse pensar política e não nos considerasse a todos imbecis. Pelos vistos, enganei-me. Para cúmulo, consta nos mentideros da política que algum PSD e outros tantos dos outros, estão a tentar empurrar Manuela Ferreira Leite para Bruxelas. Acho muito bem. Porque não merecemos que uma/um ministra/o das Finanças trate o país desta maneira. A continuar assim, só recupero da depressão e troco a tanga barrosã lá para 2010.
.3 - Reza o insuspeito Jornal de Notícias, digno membro do grupo PTMultimédia - a maior agência de empregos político-partidários dos últimos anos - que a coligação, em dois anos de poder, já conseguiu a proeza de nomear mais de metade dos dirigentes do aparelho público que os despesistas do PS em seis anos. É só fazer as contas. Em 2006 quantos amigos estarão empregados?
.4 - Mantenho de pé uma proposta anterior. Uma colocaçãozinha na Prevenção Rodoviária Portuguesa. Prometo, apenas, uma ou outra sugestão mais criativa para tentar alterar o estado das coisas e a mortandade rodoviária. Aumentar o valor das multas e das coimas até o meu vizinho esquizofrénico já tinha sugerido... Figueiredo Lopes plagiou-o. Saberá o clone do ministro que o limite de velocidade nas auto-estradas espanholas subiu?...
...Continuamos no bom caminho e bem entregues. E eu sem um bom emprego...
...Já é azar.

|

Triunfo sobre a morte 

O Papa João Paulo II apelou, há instantes:

"Neste dia do Vosso triunfo sobre a morte, a humanidade encontre em Vós a coragem de se opor solidariamente aos numerosos males que a afligem. De modo especial, tenha a força de enfrentar o desumano, e infelizmente devastador, fenómeno do terrorismo, que nega a vida e torna sombria e insegura a existência quotidiana de tantas pessoas trabalhadoras e pacíficas. A Vossa sabedoria ilumine os homens de boa vontade no empenhamento obrigado contra este flagelo"

Que este desejo ilumine também, se tal for possível (o que duvido), os espíritos sanguinários dos senhores da(s) Guerra(s) do Ocidente, tantas vezes responsáveis pela escalada do terrorismo no Mundo.

A todos, desejo uma Santa Páscoa.
|

Mais uma vez...Porto! 

Disse há tempos que o FC Porto dava passos paulatinos de gigante rumo ao topo da Europa. Na altura disseram-me para ter cuidado com a afirmação.
Pois o Porto deu provas, mais uma vez, em Lyon, que a minha ideia não está tão longe da realidade assim. Muito pelo contrário: umas meias finais da Champions - o que equivale na prática (e não na teórica) a dizer que esta equipa está entre as 4 que melhor forma apresentam na Europa - são, como é por demais óbvio, o topo da Europa. Miguel Sousa Tavares escreveu há umas semanas, na Bola, que as meias finais da Liga dos Campeões equivaliam, em mérito, à conquista da Taça UEFA. Pois eu vou mais longe, concordando com Mourinho, e digo que é incomparávelmente mais difícil a chegada as meias da prova rainha da Europa do futebol, onde há muitos milhões em jogo, muitas vedetas a rolar no campo, muitos interesses dos senhores da UEFA e, sobretudo, muitas equipas milionárias de topo a competir.
Mourinho ensinou a todos os teóricos proeminentes do futebol que andam aí na praça que o trabalho, o empenho, a garra, a motivação constante e os conhecimentos tácticos e técnicos prevalecem sempre sobre a arrogância, os milhões e, sobretudo, sobre a descabida noção que por aí anda de tudo ao molho e fé nas vedetas. Uma equipa constrói-se, não se compra. Obrigado Mourinho!
Pinto da Costa veio dizer que Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Maniche e Derlei são inegociáveis. Eu acrescentaria a este rol de excelência o Deco (repararam no brilhantismo prático do seu futebol no jogo de hoje, contra o Marítimo?). Não faço ideia é de como se vai cobrir o passivo de 16 milhões de contos que a FC Porto SAD ostenta e cresce monstruosamente de ano para ano.

|

sexta-feira, abril 09, 2004

Está quase... 

...só faltam mesmo umas quantas e, espero, poucas horas para meter pés, melhor dizendo, pneus a caminho...
|

quinta-feira, abril 08, 2004

Até já! Ou talvez não... 

Imaginava eu, santa inocência, que este blog seria um espaço de diálogo escrito. Afinal, André, suspeito que me terei enganado. Geracionalmente sinto-me desenquadrado. Dou lugar a outros. Espero que tão activos como eu o fui. Até agora. Regressarei, talvez, depois da Páscoa. Não gosto muito de doces e amêndoas, enfim, uma ou duas. Por ano. Recordo o compasso em Honório de Lima e a quadra pascal em Valença do Minho. Com os meus Avós e meus Pais vivos, com a enormíssima família presente. Sem as casas dos magistrados nem o quartel dos bombeiros, implantados em terrenos oferecidos. Com uma ida à margem do rio ou à freguesia da Silva...
Sempre na companhia co capitão, meu tio-avô, comandante da guarnição militar local e feito prisioneiro de guerra dos alemães em La Lys...
Regresso lá dentro de dois dias.
Como me sinto bem no Minho...
|

Azul-e-branco 

Vamos por partes. Comecemos pelo árbitro. O tal que, diz-me o Miguel amigo, mas clubisticamente "vermelhusco", terá anulado um golo limpo ao Lyon. Como cheguei atrasado ao campo, "Panasonic" de nome - passe a publicidade, ainda não recebi a carteira - não me apercebi de tal.
O problema, digo eu, radica no personagem. Para já tem um apelido associado a comida de gatos. No mínimo é fanchono. Depois, geriu com uma parcimónia ditada pela UEFA, e não me digam que isto não é verdade, os cartões. Atirou-os a destempo e até ver para que lado pendia a eliminatória. Desculpem la: há dois jogadores do Lyon que deveriam ter visto o cartão vermelho directo. Um, mesmo porque era escandaloso não o ter visto, levou um amarelo. O outro, brasileiro e BURRO, levou dois amarelos em poucos minutos. Friskies? Friskes? Frisks? Whatever... É no mínimo roto... Se não é, perdoem-me, parece mesmo... Desculpem lá a rudeza, mas "o meupipi" ainda tem textos disponíveis online.
Voltemos atrás. Terça-feira vi, e que me desmintam, o Colina (não sei se tem dois eles, socorro Miguel, o andrade, Andrade de apelido) gamar selectiva e insidiosamente, a favor do Real Madid. Depois, inteligentemente ou porque recebeu uma chamada da sede da UEFA, tratou de apitar com justeza.
A verdade é que esta Liga dos Campeões não serve o senhor Blatter e companhia. Uma equipa espanhola, uma portuguesa, outra inglesa e uma francesa nas meias-finais? Com um problema acrescido. A espanhola é galega, ninguém fora da província, salvo um exilado, é adepto do Corunha. Mónaco? Viva os casinos, o rali, a Fórmula 1, o ténis e os escândalos da família real. A estefânia mete dó. O FCPorto? Que é isso? Tem muitas pontes, enche semanalmente o estádio, e depois? E os bifes? Pois, no continente - são eles mesmos a fazer a separação - tirando o Manchester, há mais alguma equipa?
Para cúmulo, a final está marcada para uma cidade alemã que ninguém conhece e cujo nome é impronunciável... Só sei que é a sede do Schalke 04... Já não é mau...
O FCP passou. Enganei-me no outro semi-finalista. É o Deportivo. Que fez o jogo da sua vida. É azul-e-branco. E vem da Galiza... capital Porto (1)
((1)Se tiver templo, explico
|

Reminds (II)... e eventuais desilusões 

Trinta anos atrás, tive a grata surpresa de descobrir, nesta data, à minha chegada à cidade da Beira, que alguém me esperava. Não o jipe a que tinha direito e previamente combinado. Na altura, foi uma aposta coroada de êxito, oito meses depois. Fazia parte de uma elite social moçambicana. O pai era de uma esquerda de antanho. Suspeito que poderia ser, mesmo, militante do Partido. A maiúscula é sentida e não hipócrita. É que, apesar do abismo ideológico que nos separa, ainda hoje tenho um enorme respeito por tantos e tantos que tiveram a coragem de afrontar alguns poderes. Com ela estava uma das manas Jardim, aquela espécie que não é possível, ainda hoje, eliminar. Eram tantas...
Nem o putativo candidato lisboeta a habitar o Palácio de Belém. Então, figura já dispensável, mas útil.
Não conto o resto, já que os detalhes são íntimos. Recordo, apenas, que sendo a Beira uma zona pantanosa, no aeroporto cheirava a morte. Sei do que falo. Espero, apenas, que alguns sonhos recorrentes, mas esbatidos no tempo, não voltem...
Julgava-os esbatidos nas brumas do tempo.
|

quarta-feira, abril 07, 2004

Querer 

Quis saber quem sou...
...O que faço aqui...

Remember?

Está a chegar a hora...

...Sem açucar (o acento agudo é dispensável, porque excessivo, ou fica mal)
|

Neste preciso momento... 

...Há trinta anos, no aeroporto de Figo Maduro, a versão militar da Portela de Sacavém, reembarcava num Boeing 707 da TAP com destino à Beira, Moçambique. Em direcção a um destino desconhecido. Mas sempre de guerra. Por cá ficavam amigos e namorada(s). O "s" é o meu ego de macho. Repito o calão. Porra, quatro anos deitados ao caixote do lixo...
Em nome de quem? E de quê?
Para cúmulo, já dentro do avião, alguém deixou uma mensagem. Sussurrada. Que escutasse as emissoras de Leste. Que estava próximo, o momento do fim... da liberdade.
Eu que, em Março, me havia cruzado, madrugada adiantada, com a (extemporânea) coluna saída do Regimento de Infantaria n.º 5, vulgo Caldas da Rainha...
Tantos anos...
|

Aos miguéis... 

Neste blog, entre outros, há dois comentadores assíduos. Para embaraço meu, com o mesmo nome próprio. Ambos amigos, disso estou certo. Um da família, outro camarada - desculpa lá, é vício de profissão e de geração -, e colega de Redacção. Bolas, a cacofonia é terrível, mas verdadeira. Uma regra (de ouro) de antanho, hoje olimpicamente ignorada no audiovisual. Assim sendo, estou repartido...
Como hei-de fazer para não ferir nenhum deles?
Pois, o caminho é falar de futebol.
Esta Liga dos Campeões é mesmo uma caixinha de surpresas. Atirado às malvas o Manchester United, do dito sir Alex Ferguson, ontem foi a vez do Real Madrid ir à vida. Os "galácticos" de Florentino Perez, Carlos Queiroz é como Luís Felipe Scolari no Brasil - só mesmo por manifesta incompetência não ganha tudo -, resta-me aguardar pelo dia de hoje. Vamos lá a ver se a lógica não é mesmo uma batata. Teoricamente, apenas, FCP e AC Milan serão os apurados. Mas depois de ver o Mónaco vulgarizar o Real Madrid, tudo é admissível...
Quanto aos clubes de sua majestade, venha o diabo e escolha. A primeira mão destes "quartos" foi mesmo um hino ao futebol. Não cantado pela Nelly Furtado, pois claro... (nova cacofonia, mas que se lixe)

O Miguel assumidamente "vermelhusco" terá descoberto a finalidade do dito "tráquebáque", "tréquebéque", "tréquebáque" ou "tréquebéque". Diz ele, que tal representa o lápis-azul da modernidade blogosférica. Seja. Por razões geracionais e ideológicas óbvias, darei instruções directas ao patrono/ideólogo deste espaço, para eliminar tal referência. Vamos lá a ver se o moço dá conta do recado e recomeça a escrever...

Agora para o outro. Miguel, pois claro.
Há óbvias diferenças entre a "santinha" e a minha pessoa. Ainda bem. Entre as diferenças há tantas e tantas coisas que nos unem. Não só as cores clubísticas, que não políticas, como mais adiante detalharei...
Se o engenho mo permitir...
...E ela deixar
|

terça-feira, abril 06, 2004

Sem título 

Alfredo
Só agora o soube. Não te conheci suficientemente bem. Mas a tua ausência será sempre sentida.
Até sempre...
|

Noite santa 

Após um dia exaustivo, em que não saí de casa, entre a música, jornais, revista e um ou outro livro, com eventuais passagens pela net e a conclusão de um trabalho já entregue, eis-me no final do período de aquecimento. Já fiz os alongamentos necessários e exigíveis à complexa operação do comando da TV. Dentro de um quarto de hora, mais minuto menos minuto, entro em campo. No sofá, pois claro. Dois joguinhos simultâneos mas seguidos, eis uma noite santa. Ainda por cima tenho visita. O meu cunhado, pois claro. "Cheirou-lhe" a tacho, aí vem ele...
Talvez regresse, talvez não.
|

Fixação 

E o "tréquebéque"? Já alguém conseguiu?
Eu não. Mas suspeito que não quero...
|

Datas 

Estamos em Abril. Aproximam-se datas marcantes. Trinta anos...
Estarei, mesmo, a ficar velho?

|

Assim não! 

Será a globalização isto mesmo?
Se é, não gosto.
Fui ali ao lado, fazer um chichi (delicadeza blogosférica) e na volta descubro que o miguelão se mudou para " tropa-fandanga". A "quinta-coluna" já era. Porra! Assim não consigo dormir... Já agora, não leves as coisas tão a peito.
|

Esclarecimentos precisam-se! 

Retorno ao nosso/vosso convívio para tentar esclarecer o mistério do "trackback". Desde já confesso que, não fosse o frequente visitante/comentador Miguel, o "Andrade", não teria dado pela existência do dito. É evidente que a pasta que ontem jantei e as alheiras de hoje - que não surjam piadinhas de mau gosto sobre os apêndices capilares labiais! -, ajudaram à festa. A verdade é que perdi algumas horas a tentar encontrar o rasto, porque é disso mesmo que se trata, do dito "trackback". O étimo da palavra, certamente composta mas aglutinada no linguajar de sua majestade, nos leva para caminhos ínvios. Isto é, "track" é estrada/caminho/via; o "back" é traseiras, atrás, algo de muito "fanchono" no dizer do falecido "omeupipi". Vou admitir que o "blogger.com" não tenha a noção precisa dos riscos que corre em Portugal. Pois que o "trackback" nos leva, inevitavelmente, à rotice, à rabetagem.
Porém, partindo do princípio (certamente falível) das boas intenções, debrucemo-nos (salvo seja, só quem gostar, eu não...) sobre o mistério.
A tradução directa do palavrão não nos leva a sítio nenum. Salvo à rabetice ou ao fanchonismo. Passemos à fonética. Que, como verão mais abaixo, nos remete para um beco sem saída. (Para o caso esclareço que prefiro sem entrada)...
Será "tráquebáque"? "Tráquebéque"? "Tréquebáque"? Ou "tréquebéque"?
A dúvida permanece. Por esclarecer. E, julgo, não será uma questão de pronúncia... Ou sotaque. Se assim fosse...
De qualquer dos modos parece-me haver uma relação (fonética) íntima com flatos, gases, farpas, traques ou, como se diz na minha terra, e pardon my french, peidos. A evitar, pelo menos em público. Não vá sermos traídos pela sonoridade - Vivaldi, Chopin ou, terror dos terrores, Wagner -, ou pelo insidioso odor.
Mesmo assim, acho que vale a pena eliminar tal menção. Ou, então, ignorá-la...
Fica aqui esta reflexão à espera dos pertinentes esclarecimentos que, disso estou certo, não deixarão de deixar.

Três notas finais, neste primeiro post de terça-feira. Particulares. Ando mesmo à vontade na blogosfera. Isto sim...

1) Miguel: algumas, mas só mesmo algumas notícias o são ao fim de quinze dias. E só se não tiverem sido dadas por outros. TV's incluídas. Imaginas do que falo. Ordens são ordens e nunca as discuto. Só com alguns, tu incluído, poderei contra-argumentar. Um abraço deste amigo do lado de cá... e já agora vê se escreves mais no teu "quinta-coluna". Faz falta. Menos preguiça, hombre!...
Já sei, a paternidade...

2) Se calhar volto já. Ou talvez não. A música está aos gritos. Estou com os aucultadores... e a minha santinha/assídua comentadora deste blogue dorme o sono dos justos.

3) Matosinhos-norte, como contraponto a Matosinhos-sul. Já sabia que era nascente e poente. Quem me dera, já graúdo, ter férias escolares. Se calhar não dão jeito nenhum. Pois não, Miguel? Já falamos na quinta-feira...
|

segunda-feira, abril 05, 2004

Reminds 

Bolas. Zangaram-se os autores do "entaonao" blogspot? Era uma boa ideia...
Mas enfim, vontades não se discutem...

O "regressodasfarpas" merece ser visitado. Um arzinho excessivo de bloco, do tipo esquerda do jambé, mas vale a pena...

Já agora: dá-se um prémio a quem descobrir o nome do matutino portuense e generalista que hoje publica, com foto, uma notícia com quinze dias...

Adivinhem sobre quê ou quem...

O prémio será anunciado dentro em breve...

|

Penitência 

Diacho!

Avillez é com dois eles.

Acho que vou ser processado...
|

A alegria da lagartada 

A lagartada está contente. Com uma exibição fabulosa, digna dos maiores encómios, conseguiu ganhar em Braga por 2-3 frente a nove jogadores da equipa local. Hossana!
Todavia, um personagem em campo despertou a minha atenção. Um senhor Xistra, cuja característica maior foi ver o que poucos ou nenhuns viram e aplicar um rol de cartões, amarelos e vermelhos, quase todos para o mesmo lado, que provocaram a indignação de muitos comentadores insuspeitos. Falo, apenas dos que ouvi. O primeiro golo dos lisboetas, foi precedido de uma escandalosa falta atacante. Xistra não viu. O penalti não existiu. Xistra viu.
E assim, vi-me na necessidade de compreender o que, ou quem, era Xistra. O mais aproximado que encontrei, repoduzo abaixo:

xistoso [o ]
adjectivo
1. que tem xisto;
2. que é da natureza do xisto;
(De xisto (oso), ou do fr. schisteux, «id.»)

xisto 1
substantivo masculino
PETROLOGIA rocha metamórfica caracterizada por apresentar xistosidade, como as lousas e ardósias;
(Do gr. skhistós, «fendido», pelo fr. schiste, «xisto»)

xisto 2
substantivo masculino
galeria coberta para ginástica, na Grécia;
(Do gr. xystón, «id.», pelo lat. xistu-, «id.»)

Posto isto, confesso. Não encontrei qualquer referência esclarecedora sobre Xistra. Fico a aguardar que algum (mesmo auto-intitulado, que não se expresse em Português, isto é, não saiba ortografia ou sintaxe) comentador de serviço, com a inteligência que lhe é possível, me elucide sobre o personagem. Mesmo por entre mais um ou outro pedido de desculpas pela exibição. Reconhecer que estão a ser levados ao colo, também não ficaria mal. Mas, para isso, seria necessário haver alguma, mesmo muito pouca, honestidade (pessoal e intelectual) e inteligência...

Já agora: o Benfica, meu/nosso/vosso adversário empatou em Vila do Conde. Recordem-me: como é que os répteis saíram de lá?

PS: será que Dias da Cunha falou ou falará da arbitragem?
|

Perante isto... 

"Contra a arrogância e a ganância que escorrem pelos vidros destes tempos, contra a incultura e a irresponsabilidade vertidas, não poucas vezes, pelos mais altos dignitários da Nação, valerá para sempre a evocação de um homem simples como nós, génio como mais nenhum outro" - e que, como lembrou o (efémero, íntegro e intelectualmente honesto, digo eu) político e jornalista, Francisco Sousa Tavares - encarna na perfeição o princípio de que 'a aristocracia é acima de tudo a ambição de ser e não a avidez de ter'".

Sem palavras vãs. Para os dois. Ambos desaparecidos. O visado por estas palavras, não o conheci pessoalmente. Se calhar por um triz. De Santarém, apenas me lembro de um oficial, hoje dito de extrema-esquerda, de botas de montar, a luzir - algum preto-branco as engraxou e areeou as esporas - pingalim debaixo do braço, bigodinho à Clark Gable, a mirar como qualquer "azeiteiro" que se preze as meninas das redondezas. Que não restem dúvidas. Falo de Mário Tomé. As maiúsculas no nome são meramente institucionais.
Quanto a Francisco Sousa Tavares, esse sim. Conheci-o e falei com ele. Perante as memórias destes dois homens, FST - que esteve a um passo de ser meu director no extinto Liberal, depois de ter (felizmente) recusado um ignominioso convite de titi Avilez - e, Salgueiro Maia, apenas me resta curvar-me perante estas memórias que me assolam.
Bolas! Já foi há trinta anos?
|

domingo, abril 04, 2004

A coluna vai crescendo... 

Não é o quinto, mas sim o quarto blogue amigo a ser linkado na nossa coluna: Quinta Coluna, que nos citou da seguinte forma:

"Venham eles.
A blogosfera está a ferver. Ainda agora cheguei e já levo porrada por todos os lados. Para além dos históricos, vamos descobrindo coisas novas e estimulantes. E há um que promete. É a torto e a direito e tresanda a azul-e-branco. Vai ser lindo, vai. Principalmente no rescaldo das jornadas (sejam elas de futebol, políticas ou gastronómicas). Ah, é powered by Jorge Alves e um dos irmãos Vasconcelos!!!"


Prevejo debate, mais para o torto do que para o direito, no que diz respeito ao Futebol...É para isso que cá estamos.

Obrigado e um abraço.

|

Não pago... mas sou candidato! 

Esta semana, segundo o «Diário Económico», o Governo prepara-se para celebrar dois anos de não-rumo, medidas erráticas e completa imbecilidade, com uma campanha publicitária na Imprensa. Declaro, desde já, que exijo saber quanto custa e quem vai pagar tudo isto. Ou o pagamento vai sair dos cofres do Estado?
O Estado também sou eu. Porque pago impostos...
Portanto, dra. Ferreira Leite: a exemplo dos 2/3 das empresas que há três anos declara prejuízos e/ou lucros zero; a exemplo dos senhores da Quinta da Marinha, dealers ou não, a exemplo da PT que não paga IRC, nem virá a pagar, mas é, neste momento, a maior agência de empregos partidários do país, via PT/Multimédia, aqui solenemente declaro

- Não pedirei factura em local algum

- Medicamentos, combustíveis e alimentos serão adquiridos além-fronteiras

- Só liquidarei impostos com um solicitador de execuções à porta. Mesmo assim, arranjarei sempre quem ateste a minha insolvência

- Em alternativa, poderei rever esta decisão se a banca pagar impostos. Se a Portgás, Grupo PT, a EDP, a Galp, vossa excelência, o dr. Portas - assunto militar por esclarecer - e o dr. Bagão Félix não tentarem, diariamente, fazer de mim parvo...

- E se o primeiro-ministro admitir ter nomeado clones para o Ministério da Economia; Justiça; Administração Interna e Saúde. Arnaut, Theias e um ou outro que não recordo, dada a sua qualidade de aliens...

- Se o primeiro disser ao dr. Tavares para despachar o eng. Cardoso e Cunha para Moçambique, sem ser para Cabora Bassa, é claro...

...Assim, poderei rever a minha posição...

...e pagar a mesma percentagem de impostos de que tantos e tantos gestores dos hospitais sa estão isentos.

solução proposta para sanar este conflito: por exemplo, uma colocaçãozinha na Prevenção Rodoviária Portuguesa. É uma fundação, vive à custa do Estado e todos os dirigentes pertencem a organismos públicos. Comprometo-me, desde já, a ficar lá uma meia dúzia de anos. Não preciso de carro de serviço, telemóvel e o cartão de crédito, prometo, será usado com parcimónia. Atesto que não tenho nenhum acidente há vinte anos e, mesmo assim, não incomodei nenhuma seguradora nem o Fundo de Garantia Automóvel, Cadastro limpo, embora continue à espera de receber algumas multas/coimas por estacionamento em locais interditos...

De VEXA.

atenciosamente

ps: Admito estudar uma ou outra alternativa. Desde que não implique a aquisição de cartão do clube ou permanência no Palacete dos Pestanas, apesar das recordações que o dr. Portas tem do local (já era nascido????)
|

Madrugada 

Já vai adiantada esta noite de sábado. Domingo, aliás. O dia dos amadores. É por isso que, neste dia, quase nunca saio de casa. Evito barafundas dispensáveis e um encontro certo com a polícia a perguntar-me, às dez e pico da noite: "Bebeu?" Eu, que nem sequer tinha jantado, fino como um rato, lá tive que soprar ao balão pela primeira vez ao fim de (ai que não me lembro...) não sei quantos anos de condutor. Vem isto a propósito de, após tar visitado todos os blogs que linkamos e um outro que iremos linkar e mais uns tantos que, para não causar ciúmes nesta blogosfera, não cito, descubro uma actividade frenética.
A isto, meus caros, no dialecto jornalístico chama-se um nariz de cera. Significa que, até agora, nada disse.
Pronto. Aqui vai.
Ao fim de 28 (VINTE E OITO) jogos sem perder - disseram os comentadores da Sport TV - o "meu/nosso/vosso" FCP sofreu uma derrota. Frente ao Gil Vicente, em Guimarães - naquele estádio onde a câmara enterrou milhões mas que, afinal é pertença daquele mito regional Pimenta Machado -, o CAMPEÃO NACIONAL encaixou dois golos sem resposta. Encaixou bem e mal. Sofeu-os porque foi infantil. O que, numa equipa prestes, digo eu, a passar às meias-finais da Liga dos Campeões, é um mau prenúncio. Depois, porque, pelo menos na segunda metade, a única que vi, o clube de Mourinho não justificou qualquer vantagem. Finalmente, Baía bem poderia ter ficado em casa. Vi os dois golos e mais duas intervenções de arrepiar. Assim, só dará razões ao sr. SCHULARI. Claro que, embora não tenha visto, mas confiando em informações obtidas em tempo quase real, Vítor Baía deveria ter sido expulso ainda no primeiro tempo. Mas, também ao que me dizem, ao intervalo o Porto poderia estar a vencer por quatro ou cinco. Não sei. Nas actuais circunstâncias, pouco importa. A derrota ao fim de "n" jogos só serve mesmo para estragar as estatísticas. Porque o importante, agora, é o jogo com o Lyon e as meias-finais da Liga dos Campeões. Quanto à lagartada, espantosamente tão apoiada pelo partido alegado líder do governo, vide alguns auto-designados comentadores/funcionários de serviço - ai os financiamentos das próximas campanhas... -, convirá resguardar a retaguarda, não vão os pupilos de Camacho engendrar uma gracinha e "comer-lhes" (julgo que as aspas são dispensáveis, mas a moral judaico-cristã ainda tem algum peso e a Páscoa está aí) um imerecido segundo lugar.
|

Carta a um amigo 

Meu caro, o da quinta-coluna, o "vermelhusco", não de vergonha como erradamente o referi, mas amigável e, sobretudo solidário. Assim, e por uma ou outra vez, "never say never again, remember" (?) , vai aqui a minha singela homenagem, reproduzindo um texto publicado hoje em «O Primeiro de Janeiro». Que, aliás, gostaria de ter escrito.

"A coligação «Força Portugal» é apenas mais um reflexo do buraco para onde Durão Barroso empurra de forma inexorável o PSD. Para além das ressonâncias político-partidárias que dali advêm – falta saber quem é o nosso Berlusconi –, esta coligação mostra a crescente incapacidade do maior partido do Governo andar sozinho, sem uma muleta que o ampare da queda fatal. O património histórico e humano do PSD não merecia que a sua memória fosse vilipendiada desta forma. Nunca o partido deixou de marcar presença em todos os actos eleitorais de forma serena, com a cabeça erguida e sustentado num programa próprio em que a social-democracia se assumia não como meta, por ser inatingível, mas como caminho a trilhar. A única vez que o fez coligado, com a Aliança Democrática, fê-lo porque as circunstâncias históricas assim o exigiam e porque os companheiros de coligação tinham à cabeça nomes como Diogo Freitas do Amaral ou Gonçalo Ribeiro Telles.
O PSD sempre se assumiu, aos olhos dos portugueses, como um verdadeiro partido de poder, europeísta e com responsabilidades claras no caminho da democracia trilhado a partir do 25 de Abril de 74.
A aliança com o CDS/PP e o alinhamento internacional a um eixo anglo-saxónico, em claro detrimento da solução mais conveniente à Europa, situada no eixo franco-alemão, descaracterizam o partido e, embora muita gente não queira sequer olhar de frente essa hipótese, estendem uma passadeira vermelha ao PS para voltar ao poder.
Daí a importância do congresso de Oliveira de Azeméis, em Maio próximo. Para lá de realinhar o partido, as bases do PSD precisam de mostrar a Durão Barroso um claro cartão amarelo. E vão fazê-lo. O primeiro-ministro vai ouvir do que não quer no conclave «laranja». Disso ninguém tenha dúvidas!
PS: Os cidadãos portugueses que se desloquem aos Estados Unidos serão obrigados, a partir de 30 de Setembro, a posar para uma fotografia e a tirar as impressões digitais à entrada de qualquer aeroporto ou zona portuária americana. Tão amigos que nós somos...
|

sábado, abril 03, 2004

 

É uma noção complexa. Porque de esperança. Não sei como, mas ontem à noite, que por aqui andei, sem ideias nem vontade - jantar sozinho e que ainda por cima não foi grande coisa, salvou-se o Cardhu e o Laphroaig - imaginei que, mais dia menos dia, ainda vou ver o juiz Rui Teixeira responsabilizado pela hierarquia pelas asneiras que cometeu no inquérito da Casa Pia. Claro que os antecedentes não são brilhantes. Que querem? Estamos em Portugal. Ou não se lembram de um solicitador sexagerário, Hernâni Patuleia, que entregou uma mala com dinheiro a uma funcionária judicial, que mantinha uma relação íntima com O meretíssimo, cujo era titular de um processo onde Patuleia era parte interessada. Provou-se que houve corrupção activa e passiva. E que o processo foi decidido a favor do homem da mala. O meretíssimo saiu do caso em ombros e sob o aplauso da corporação...

|

sexta-feira, abril 02, 2004

Falsa jura, mas muito perto da realidade 

Hoje, noite de quinta-feira, já sexta, apenas algumas (poucas) reflexões. O ministério da sacrossanta dra. Ferreira Leite é um modelo de organização. E, assim sendo, ressuscitou o meu falecido (há mais de dois anos) Pai, e endereçou-lhe uma carta para minha casa. Que ele nunca conheceu nem sequer imaginou. Mais: teve o desplante de, imediatamente após o seu nome, lhe ter acrescentado uma figura jurídica: "cabeça de casal da herança de"... O resto, a existir, não coube na janela do formulário. Não será possível accionar judicialmente a responsável por tudo isto? Claro que não. Porque os políticos portugueses são inimputáveis. Veja-se o caso de Entre-os-Rios onde, apesar de tudo, o ministro Jorge Coelho assumiu as suas responsabilidades e, no imediato, demitiu-se. Honra lhe seja feita...
Estou, neste campo, à espera das investigações judiciais sobre o sobrinho taxista multimilionário de Isaltino Morais... E da falência da Caixa Económica Açoreana. E do deputado Cruz Silva. E saber por que razão o Banco de Portugal inibiu Tavares Moreira (deputado e porta-voz autorizado do PSD para a área económica) de exercer funções de gestão públicas. E já agora saber quando é que o inexistente ministro da Economia demite o presidente da TAP, o fabuloso gestor Cardoso e Cunha, e dá razão, como os números apontam, ao administrador-delegado. O presidente, aliás, jurou, logo que foi afastado da Expo 98 que não voltaria a ocupar cargos públicos. Se cumprisse a sua palavra, faria um incomensurável favor ao país.
O preço do pão, molete na minha terra, papo-seco na mouraria, aumentou de preço não sei quantas centenas por cento...
Os combustíveis idem, aspas, aspas. Um dia destes, não demora muito, sair-me-á mais barato ir a Tui atestar o depósito. Aproveito a viagem para me distrair, compro alguns medicamentos, vou ao Froiz ou ao Intermarché de Valença e poupo algumas dezenas de euros. Juro (*). Não demora mesmo nada...
É este o meu país...
Onde as moscam mudam, mas a .... é (quase) sempre a mesma (**)
(*)é falsa a dita. não juro nunca... "never say never"
(**) pardon my french, dizem os amigos de Durão da outra margem do Atlântico
|

quinta-feira, abril 01, 2004

Tangerina Doce e A [minha] Jornada 

O meu companheiro de blogue alertou-me (e bem) para o facto de dois blogues amigos nos terem citado e linkado. Foram eles o Tangerina Doce e o Driving Miss Daisy, actual A [minha] Jornada.

A eles também o nosso obrigado.
|

Nortadas 

Um palavra de apreço pela citação do nosso blogue, no blogue Nortadas.

"Mais um na coluna da direita.
Chama-se A Torto e a Direito. E vai juntar-se na lista da direita, por razões e virtudes que entende quem souber o que eu sei. E pronto, lá vai crescendo vagarosamente a coluna."

Fica aqui, pois, o registo.

|

O carrossel de Scolari 

Foi uma selecção sem fio de jogo, como de resto o tem sido consecutivamente nos jogos disputados na era Scolari, que se apresentou ontem em Braga, contra uma selecção italiana fria e teimosamente atenta e, para mais, sem alguns dos seus titulares. Depois de uns escassos 20 minutos iniciais (que a nossa imprensa desportiva tanto quis exaltar, exagerando como sempre) em que Portugal jogou medianamente, a qualidade de jogo caiu a pique, numa verdadeira anarquia táctica em campo. Os erros defensivos foram infantis e fatais. Do meio campo para a frente, não fosse o impulso de Deco a comandar a Equipa, o resultado teria sido ainda mais desastroso.
Seguindo o lema tudo ao molho e fé nas vedetas, o Sr. Scolari tem vindo, jogo a jogo, a descredibilizar a nossa selecção, por absoluta falta de competência (que títulos ou aptências de mérito no seu currículo?um campeonato do mundo a dirigir uma equipa que, até eu, se fosse treinador, me arriscaria a arrecadá-lo) e, mais grave do que isso, fruto das suas célebres e desmedidas vaidade e teimosia, que roçam os limites da doença.
Quando, por pura embirração, se deixam de fora dos titulares um dos melhores centrais do mundo e, de fora dos convocados, o mais experiente e em melhor forma (a par de Moreira) guarda-redes português (não sou eu apenas eu quem o digo, veja-se a distinção como melhor guarda-redes nesta fase da Liga dos Campeões, na insuspeita "Gazzetta delo Sport), por razões pessoais que não se prendem directamente com os jogadores em questão mas com o clube que representam. Quando, por ignorância e desleixo puros, teima em tomar Fernando Couto, instalado no banco de suplentes da Lazio há meses, como um imprescindível. Quando, num jogo a 2 meses do Europeu contra uma potencial candidata ao título, diz com uma soberba inimaginável que o resultado pouco importa. Então, meus senhores, só temos que despir a nossa fé numa possível ida, sequer, às meias finais do Campeonato da Europa. Os milagres existem, mas não quando a vaidade, soberba, arrogância e teimosia são desmedidas.

P.S.- Finalmente uma boa notícia: o jornal "A Bola" diz que Scolari está por um fio à frente da selecção, supostamente por não ter gostado das críticas que lhe foram dirigidas por um alto responsável da Federação Portuguesa de Futebol ao acusá-lo de pouco ambicioso, por o seleccionador ter dito que o resultado pouco importava. Ameaçou bater com a porta, adiantando os entendidos que ele não é homem de voltar com a palavra a trás. Quem dera...
|

Nostalgia 

Ao início da noite de ontem, chovia torrencialmente, cumprimentei o pai de um camarada - é assim que nos tratamos, ainda antes do 25 de Abril -, em vias de abandonar a carreira. Partirá para outra, financeiramente mais atractiva, mas muito menos gratificante. E menos estimulante. Azar o teu, Pedro. Tivesses despontado uns anos mais cedo, em Santa Catarina, e o teu futuro seria diferente. Boa sorte...
Há pouco, fruto de uma conversa inocente, mas inconveniente, aliada a um documentário repetido pela enésima vez na SIC-Notícias, recordei gente desaparecida. Já não sei bem porquê, deu-me para lembrar Alan Jones [pseudónimo desportivo de Jerónimo Lacerda], com quem convivi diariamente em Lisboa. Depois, uma daquelas maleitas más, ele, filho e neto de médicos, foi-se com um cancro na garganta. Nunca tinha fumado, que eu soubesse. Era dono de uma alegria eterna... Tinha, se bem me recordo 23 anos.
Recordei outros já desaparecidos. Amigos, companheiros, amigas e eventualmente mais qualquer coisa... Que diabo! Hoje é dia de memórias...
Não faço ideia do que é feito da troupe dos aviões em Maputo. O Tó Soveral, o Cheché, o Tintin, a Carla e outros cujos nomes se me escapam. Também já não sei onde pára a caderneta. Deve ter ficado nalguma mudança inesperada ou apressada de casa. Mas lembro o Rui Norton, morto, muito perto de Vila Pery...
E assim chego a meus Pais. Que coisa, a nostalgia permanece viva, hoje como ontem... E o Fausto original. Raios! De um momento para o outro...
Todos viveram a vida mais ou menos intensamente. É o que espero fazer...
enquanto a vida me deixar
|

Adeus, sem saudade (mentira, mas enfim...) 

Despedi-me hoje, sem que isso aprentemente tenha provocado qualquer reacção, da minha coluna semanal. Imaginei, santa inocência, que tal pudesse ser questionado. Pois não foi. Pronto, o meu umbigo diminuiu de tamanho. eu que imaginava tal cicatriz de gestação como uma das sete, oito, nove ou "n" maravilhas do mundo. Por um lado, o adeus não me custa nada. Por outro, a ausência (de participação) provoca-me alguma nostalgia. Mas enfim, nada é eterno...
...Partamos para outros lados. Em frente.
E, assim, aqui estou. Prestes a lançar um "sos" aos eventuais visitantes e, sobretudo, ao ideólogo e pai deste espaço. Não me deixem sozinho. Não que me dê mal com a solidão. Desde que controlada...
...........
A selecção do senhor Scolari deu ontem um grande espectáculo. Principalmente o guarda-redes. É verdade que, como em tudo na vida, há dias bons e dias maus. Mas levar um segundo golo daqueles... E sair a um cruzamento como eu vi, sem tocar na bola, é algo de arrepiante. O senhor Scolari, campeão do mundo sem saber ler nem escrever, deverá rapidamente convocar Moreira para o lugar. É um jovem. de grande qualidade e desde que a equipa (centrais) ajude um pouquinho, é muito melhor que o ex-boavisteiro. Mas Scolari, por quem nutro um profundo desprezo - arranjou um belo emprego a colonizar o país colonizador, vão ver o discurso do animal quando se for embora -, continua a revelar-se um técnico medíocre. Julgo, não fosse o sr. Madaíl - também titular de um belo emprego -, nem na Liga de Honra teria colocação.
Rest my case...
Já volto...
|

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com